Camila Leite – Juventude da CST-PSOL
Priscila Guedes – Diretora de Públicas da UNE/Vamos à Luta
Duas semanas após a eleição para prefeitura do Rio de Janeiro, Eduardo Paes já deixou claro para quem seguirá governando, anunciando o aumento da passagem de ônibus de R$2,75 para R$3,05. Desde então, a juventude que fez parte da Primavera Carioca tem se mobilizado e ido às ruas para barrar esse aumento.
Repetimos o que ocorre nos protestos dos Indignados europeus, nas passeatas do Chile, nas mobilizações no norte da África ou na luta dos estudantes canadenses. Isso ocorre porque, no mundo inteiro, os governos tentam empurrar a fatura da crise econômica para o bolso do trabalhador e da juventude. Também o governo Dilma (PT/ PMDB/ PCdoB), beneficia os ricos, os banqueiros e empresários; e ataca as conquistas sociais e precariza os serviços públicos, além de privatizá-los.
Ao mesmo tempo em que o motorista de ônibus é obrigado a exercer a função de trocador e motorista, a população se vê em ônibus, trens, e metros lotados, com serviços de péssima qualidade, sem segurança, sem estrutura adequada tudo em prol dos lucros das grandes empresas que Eduardo Paes trata de beneficiar mais uma vez com o aumento das tarifas de ônibus, já não bastasse os apenas 0,01% de impostos que pagam.
“Mãos ao alto, R$3,05 é um assalto!”
No dia 24/10 fizemos nossa primeira manifestação, organizada nas redes sociais. Os manifestantes com cartazes, tinta no rosto e mãos para o alto denunciavam com palavras de ordem: “Esse aumento é um assalto”, “O prefeito não anda de ‘busão’ quem tem que decidir o aumento da tarifa é a população” e “Paes, cara de pau, tá pagando a campanha eleitoral”. Desse modo, combatíamos os péssimos serviços no transporte “público”, hoje entregue às empresas financiadoras da campanha de Eduardo Paes. Um prefeito que vende a cidade para os empresários e exclui a população. Combatíamos também a ditadura com a qual o PMDB-PT e seus aliados, como o PC do B, comandam a prefeitura atual.
Na quarta-feira, dia 31/10, voltamos para frente da prefeitura em mais um ato, fechando as vias da Presidente Vargas. Mais uma vez a polícia de Eduardo Paes e Sérgio Cabral mostrou como o governo trata quem luta por seus direitos. A tropa de choque da PM, de forma covarde, reprimiu os manifestantes com bomba de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Além de prender um ativista de forma extremamente violenta. Sabemos muito bem que esse ataque vem com o objetivo de nos intimidar. Mas ao contrário do que o prefeito e o governador esperam, a luta está apenas começando, vai crescer e não vai parar! Ninguém vai nos calar!
A UJS, juventude do PC do B, que estava no ato, deveria romper imediatamente com os Governos de Eduardo Paes e Sergio Cabral, após o anúncio do aumento da passagem e da repressão a qual fomos submetidos.
Nada vai deter a primavera!
A juventude que fez parte da Primavera Carioca, e lotou a Cinelândia e a Lapa, voltou às ruas. Ainda durante a campanha eleitoral, o próprio Marcelo Freixo denunciava bastante os contratos espúrios que a prefeitura mantém com a Fetranspor; e esse aumento é só mais uma prova. Afirmamos, após a apuração, que a resistência ao governo de Eduardo Paes começava ali e, de fato, começou. Os comitês que participaram da campanha debateram, na plenária do dia 29/10, que uma das principais tarefas é a luta contra o aumento. É isso que nós da juventude do PSOL e do Coletivo Vamos à Luta estamos fazendo.
Construir o Fórum de Lutas e o Ato do dia 22/11
Na Uerj, foi realizada uma plenária para constituir o Fórum de Lutas contra o aumento da passagem. Esse Fórum servirá para organizar os atos e passeatas, elaborar os materiais; e debater o transporte público a partir de algumas bandeiras: passe-livre irrestrito para todos os estudantes (secundaristas e universitários) e desempregados; reestatização dos transportes; contra a dupla função do motorista, etc.
Por isso, é importante a presença de todos na próxima plenária do Fórum de Lutas contra o aumento da passagem, dia 07/11 (quarta-feira), às 18:30, no IFCS. A tarefa de cada um é levar nessa plenária mais 1, 3, 5 amigos; para debatermos juntos os próximos passos do movimento e construir um grande ato unificado no dia 22/11!
Nós, os indignados do Rio de Janeiro, continuaremos na luta dizendo não a este aumento! Não a uma cidade-empresa que só beneficia os ricos e grandes empresários!
Eduardo Paes que nos aguarde, a primavera carioca está apenas começando. Vamos à Luta para barrar o aumento!