Manifesto do Coletivo Vamos à Luta para as eleições DCE UNIRIO 2012/2013
As eleições do DCE estão chegando e achamos que esse momento é privilegiado para debatermos! Somos do Coletivo Vamos à Luta e compomos a oposição ao grupo que atualmente comanda o DCE. Estivemos nas principais lutas da universidade no último ano, pois somos independentes da Reitoria e do Governo Dilma. Como militantes do PSOL, juntamente com milhares de jovens do Rio, construímos a primavera carioca com a campanha de Marcelo Freixo. Agora é hora de mudar a direção do DCE, organizando uma primavera na UNRIO. Afinal, nada deve parecer impossível de mudar!
2012 – um ano indignado
Fomos parte, em 2012, da maior greve da história das Universidades federais. Estudantes, professores e técnicos foram às ruas lutar em defesa da Universidade pública e contra o corte de verbas de 5 bilhões de Dilma que destina mais de 47% do PIB para os banqueiros. Ao invés de investir em educação o governo do PT/PMDB /PCdoB realiza expansão sem qualidade que não garante estrutura, assistência estudantil e precariza as condições de estudo e trabalho; falta reajuste salarial aos servidores e privatiza os hospitais universitários através da Ebserh. Enquanto se recusava a receber os grevistas, Dilma anunciava mais um pacote de privatização das estradas, o “kit da felicidade” de Eike Batista.
Nossa greve conquistou vitórias, como o reajuste do valor das bolsas, e por isso a luta tem que continuar!
No mundo inteiro, a juventude e os trabalhadores combatem os cortes de verbas do governo, as ditaduras, a falsa democracia dos banqueiros e as privatizações e tem se mobilizado e ido às ruas, como os indignados espanhóis, os estudantes chilenos em defesa da educação pública, as mobilizações no norte da áfrica, os estudantes em greve estudantil no Quebéc e a greve geral unificada na Espanha, Grécia e Portugal. Por isso cresce o questionamento as velhas direções traidoras, eleitoreiras e reformistas. Um exemplo é a derrota do Partido Comunista nas eleições dos DCE’s das principais universidades do Chile, visto que traíram a luta por educação gratuita.
Nada deve deter a Primavera Carioca
No Rio de Janeiro, vivemos a Primavera Carioca, que mobilizou a juventude e o povo em defesa de um projeto de cidade oposto ao de Eduardo Paes, das empreiteiras e das empresas de transportes. A campanha do Freixo e do PSOL, que juntou 15 mil pessoas num comício na Lapa, apontou uma alternativa ao projeto do Sérgio Cabral, da Dilma e do Paes. Fizemos uma campanha militante, sem financiamento de empresas, enquanto Eduardo Paes recebeu milhões da Fetranspor e das empreiteiras para comprar por meio do “mensalão carioca” as 17 siglas que o apoiam. Repetiu, assim, apenas a velha forma de fazer política de seus aliados. Não esquecemos que o PT e o PC do B, em São Paulo, aliaram-se a Maluf para vencer. Por seus compromissos com seus financiadores de campanha, Paes anunciou reajuste da tarifa de ônibus.
Somos parte da Primavera Carioca que na UNIRIO organizou o comitê de campanha mostrando que é possível fazer política de forma diferente. Nosso debate com Marcelo Freixo juntou mais de 400 estudantes sem ninguém receber um real para estar lá. Nossa tarefa agora é mobilizar contra o aumento da passagem de ônibus, em defesa do passe livre, mostrando que nada é impossível de mudar.
Não nos representam!
Este ano comemoramos 20 anos do Fora Collor, protagonizado pela juventude que pintou a cara e foi às ruas lutar contra a corrupção. Se em 1992 a UNE mobili-zava a juventude contra a corrupção, hoje é diferente. A direção majoritária da UNE (PCdoB/PT) tornou-se parte do governo e, em meio ao julgamento do mensalão, ao invés de mobilizar os estudantes para irem às ruas lutar contra a corrupção no país e pelo julgamento e prisão de todos os corruptos, a UNE se cala, porque é defensora dos corruptos, como o ex-ministro dos Esportes, Orlando Silva (ex-presidente da UNE e Ministro pelo PC do B), afastado do ministério devido às denúncias de corrupção. Uma vergonha para a história do movimento estudantil, que não pode mais contar com a direção majoritária para lutar. Além disso, outro dirigente do PC do B, o Aldo Rebelo, foi o relator das mudanças do código florestal para beneficiar o agronegócio.
Por isso durante a greve, os estudantes não aceitaram a direção majoritária da UNE no comando nacional de greve estudantil, porque não confiam numa direção que não luta contra os cortes de verbas, que mudou de lado e hoje recebe milhões de reais do governo em troca de seu silêncio e apatia, se tornando um verdadeiro braço do governo no movimento estudantil. Por outro lado, os estudantes também não aceitaram que outras entidades falassem em nome dos grevistas. Por isso a ANEL também foi impedida de negociar. Quem falou em nome dos estudantes grevistas foram os estudantes grevistas e seu comando de greve.
Na UNIRIO, o DCE é alinhado à direção UNE, e aos moldes da entidade nacional, prefere tomar cafezinho com a reitoria ao invés de mobilizar os estudantes. Durante a greve, o DCE desrespeitou as deliberações do comando de greve e também da assembleia estudantil.
Neste último ano o DCE UNIRIO não protagonizou nenhuma luta e tampouco movimentou os estudantes, porque prefere apostar nas conversas e acordos com a Reitoria. Prova disso é o nosso bandejão, que após anos de luta, teve suas obras iniciadas em 2011 e em 2012 está muito atrasado. O DCE prefere justificar e buscar os argumentos da reitoria ao invés de exigir agilidade e denunciar o atraso nas obras.
Nada é Impossível de Mudar!
A eleição do DCE será um momento importante para virarmos esse jogo! Não podemos admitir que a juventude da campanha do Eduardo Paes continue no nosso DCE. O DCE precisa estar à frente da luta contra o aumento da passagem anunciado pelo prefeito, não confiamos nos amigos do prefeito, do Reitor, do governador e da Dilma no nosso DCE, que precisa de independência frente aos governos e à reitoria para pautar suas bandeiras. A lógica da troca de favores só beneficia a reitoria, que disponibiliza estrutura para o DCE (como carros da universidade que buscam os estudantes em casa) se calar frente aos descasos com os estudantes.
Os estudantes da UNIRIO precisam do reajuste das bolsas para equipara-las ao valor do salário mínimo, de moradia estudantil, do término das obras do Bandejão, das reformas estruturais (IVL, CLA, IB), da construção do novo prédio do CCH. É necessário defender o HUGG e a barrar a política de privatizações do governo, como a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) e para isso é necessário mudar radicalmente a política do DCE, que tem que sair do lado da reitoria e dos governos e ser devolvido aos estudantes.
Convidamos você, que construiu a primavera carioca, que esteve com o Freixo nas últimas eleições, que concorda conosco e acha que nada deve parecer impossível de mudar, para participar da reunião para construção da chapa de oposição ao DCE UNIRIO e realizar a Primavera Carioca na UNIRIO!
Reunião: 5ª feira, 08/11 às 17h na sala 205 do CCH – Urca
Nada deve parecer natural: Pela Auto Organização dos Estudantes EAD
Nos últimos dias, ocorreram Conselhos de Entidades de Base para definir o regimento das eleições do DCE. Defendemos nestas reuniões que os estudantes de Ensino à Distância têm muitas lutas para organizar e muitas demandas que não são atendidas. Por terem um funcionamento sob uma lógica distinta do ensino presencial, achamos que o mais legítimo e representativo para esses estudantes é que tenham uma auto-organização, composta por seus pares e que atue de forma autônoma e sempre que possível parceira do DCE, para mobilizar os estudantes EAD e garantir melhorias e conquistas para sua vida acadêmica.
Achamos que é falso dizer que os estudantes de mais de 20 polos EAD são representados pelo DCE, e o mais honesto com os mesmos, é incentivar que se auto organizem. Ninguém melhor do que os estudantes EAD para levantarem as bandeiras dos estudantes EAD.
Infelizmente a direção atual do DCE não está disposta a organizar essa luta e espalhou calúnias contra o Vamos à luta e o PSOL após a implosão do penúltimo CEB. Diante do impasse propusemos uma assembleia geral para definir a questão, mas a direção do DCE foi contra. Eles são anti-democráticos, não querem que a base decida sobre os rumos da entidade