Luciana Genro pré candidata a presidente para defender o projeto da fundação do PSOL
Fonte:
Frente à traição de Lula e à expulsão dos radicais por votarem contra a reforma da previdência que tirou direitos dos aposentados, em 2004 fundamos o PSOL.
No seu programa sintetizamos os eixos de um projeto estratégico da esquerda anticapitalista e socialista: de classe e de combate, um projeto que tem como eixo a disputa no dia-a-dia da luta de classes no seio dos trabalhadores e do povo. Um projeto que rejeita o regime da falsa democracia dos ricos e combate a moderna escravidão que quer impor o governo do PT/PMDB com suas contra reformas trabalhistas. Um projeto que tem como norte o poder para os de baixo: um governo dos trabalhadores e do povo. Um projeto para o qual a luta institucional deve ser um mecanismo auxiliar no terreno decisivo que é o da mobilização popular.

Projeto do PSOL em perigo
A “nova maioria” que dirige o PSOL, graças ao acordo com a corrente que saiu do PSOL para fundar a “Rede” junto com Marina Silva, tem como projeto mudar o programa, o estatuto e o perfil do PSOL. Por esta razão é que legitimaram tudo o que o PSOL/AP, dirigido pelo Senador Randolfe e o Prefeito Clécio fizeram, ao se aliarem com PPS, PRTB, PMN, PTC e PV e fazer acordos com DEM, PSDB, PTB, PSB, etc. O Prefeito Clécio defendeu, ainda, o financiamento das campanhas eleitorais do PSOL por bancos e empreiteiras. Além de inúmeros outros pontos integralmente oportunistas. E foram eles os que fizeram um vergonhoso “desagravo” aos dirigentes do PSOL envolvidos em negociatas com Carlinhos Cachoeira em Goiás para poder manter sua frágil maioria, justamente os mesmos setores que hoje pularam para o barco de Marina.

Mas o projeto do PSOL corre risco também pela política global de alianças por eles defendida, uma vez que consideram que o PT, o PSB, o PDT, o PCdoB são partidos “progressistas” com os quais o PSOL deve se aliar, e não cúmplices na aplicação do projeto neoliberal do PT/PMDB que é contra os trabalhadores e o povo brasileiro. Por esta razão é que na campanha eleitoral de Belém, o PSOL de Ivan Valente/Randolfe/Edmilson levou Lula e Dilma para seu programa eleitoral, evidenciando uma capitulação ao projeto do governo federal. O atual grupo “majoritário” quer transformar o PSOL num partido da ordem e por isso também está destruindo nossas instâncias e a democracia interna.

Que candidatura precisa o PSOL para 2014?
Numa reunião de um chamado “coletivo informal” entre Ivan Valente e Randolfe, junto com parlamentares do PSOL do RJ, (Chico Alencar, Marcelo Freixo, Eliomar e Paulo Pinheiro) e outros dirigentes, discutiram que os melhores candidatos para a disputa de 2014 seriam Randolfe Rodrigues e/ou Chico Alencar.

Não consideramos Chico igual a Randolfe e reconhecemos em Chico um parlamentar que soube manter um perfil de esquerda ético, mantendo mais respeito pelos fóruns do partido. Por isso lamentamos tanto que tenha se prestado a este tipo de manobras. A composição da reunião evidencia que este setor não tem possibilidades de expressar mudanças radicais e uma proposta anticapitalista pelas evidentes limitações e retrocessos programáticos expressos na resolução de balanço das eleições 2012 que votaram no Diretório Nacional do PSOL, com apoio daqueles comprometidos com Carlinhos Cachoeira e que hoje estão com a Rede de Marina Silva. Resolução à qual Chico, infelizmente, fez questão de apoiar expressamente.

Lamentamos assim o surgimento deste novo “campo” que busca salvar do naufrágio a frágil maioria do setor de Ivan Valente e Randolfe e que busca colocar o partido à reboque desta falsa alternativa. O objetivo mais nítido é o de impedir que o Bloco de Esquerda partidário expresse uma candidatura própria, com o perfil anticapitalista que o caracteriza. Após esses fatos nos sentimos na obrigação de emitir nossa posição.

Porque defendemos Luciana Genro
Precisamos uma candidatura de oposição de esquerda programática, anticapitalista e de luta contra o projeto do governo PT/PMDB e seus aliados, e que saiba também enfrentar a falsa alternativa da velha direita tucana.

Tivemos e mantemos divergências com a corrente da companheira Luciana Genro, o MES. Mas hoje o decisivo é que nos unem importantes aspectos programáticos, imprescindíveis para levantar um projeto da verdadeira esquerda partidária.

Une-nos a defesa intransigente do programa fundacional do PSOL, e a necessidade de combiná-lo com base nas bandeiras e reivindicações do povo na conjuntura atual. Que denuncie as privatizações petistas, a destinação de quase metade do orçamento para pagar juros da dívida publica; a repressão aos movimentos sociais em luta; a flexibilização de direitos trabalhistas como tentam através do ACE; os projetos para limitar o direito de greve dos servidores federais; o aumento dos transportes; a falta de verbas para saúde; que defenda o salário, o emprego, a escola e a saúde publica. Um programa que assuma a defesa do meio ambiente e da população, contra as grandes empresas e multinacionais que junto com o governo destroem nossos rios, florestas e comunidades que nelas habitam. Um programa que assuma a defesa dos movimentos de gênero duramente reprimidos e de todos os setores oprimidos e explorados. Um programa intransigente contra a corrupção, que chame a luta contra Renan Calheiros, Henrique Alves, os mensaleiros e todos os corruptos, e não compactue com os Carlinhos Cachoeiras da vida. Um programa que parta do apoio às mobilizações, lutas e greves como verdadeira alternativa de mudança.

Une-nos também a defesa de uma política de alianças que, caso consideremos necessário, somente seja autorizada com os partidos de esquerda que não estão no governo, o PSTU e o PCB. Também temos unidade na defesa do financiamento de campanha sem doações por parte de empresas e grandes empresários. E caso o pleito de 2014 se defina no segundo turno e o PSOL não chegue lá, o partido não votará em nenhuma das candidaturas burguesas em disputa.

Une-nos, ainda, a atuação comum no interior do Bloco de Esquerda, com um conjunto de tendências e militantes combativos que não se curvam à linha de direita que toma conta do partido. Unidade que está expressa em resoluções, notas, documentos e ações políticas conjuntas.

Seguramente há pontos programáticos que necessitam ser incorporados nesses acordos iniciais que já esboçamos, o que pode ser feito por meio de um amplo debate nacional através de seminários nos principais estados do país, possibilitando a construção de uma plataforma pela base partidária, tal como propuseram os companheiros do Enlace.

Finalmente, Luciana é expressão dos radicais que não se quebraram nem curvaram à pressão do PT e dos novos “falsos profetas” como Marina Silva; expressa o PSOL que fundamos e que hoje precisamos tanto reconstruir.

Sabemos que a batalha eleitoral é tática e que nosso objetivo estratégico é a recuperação do PSOL para o projeto original de sua fundação. No entanto, também neste terreno temos a obrigação de lançarmos uma candidatura que levante e defenda as bandeiras da esquerda partidária, dando continuidade na construção de uma ferramenta política para os trabalhadores e o para o povo brasileiro, com características anticapitalistas e socialistas, e de oposição de esquerda ao governo do PT/PMDB e à falsa oposição demo-tucana.

Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST/PSOL

Babá, ex-deputado e fundador do PSOL – Diretório Nacional PSOL
Gelsimar Gonzaga – Prefeito de Itaocara
Silvia Santos, executiva Nacional PSOL – Douglas Diniz Fernandes – Michel Oliveira Lima – Nancy de Oliveira Galvão – Diretório Nacional PSOL - Rosiléia Messias – Silaedson Junior – Diretório Estadual RJ –

RJ Fevereiro 26 de 2013
Data de Publicação: 26/02/2013 23:55:06

Galeria de Fotos: