A Marcha dos Prefeitos em Brasília e o apoio às mobilizações em todo país
Por Gelsimar Gonzaga, Prefeito de Itaocara/RJ
No dia de hoje, 11/7, estão marcados atos e paralisações por todo o Brasil. Caminhoneiros, médicos, rodoviários, metroviários, metalúrgicos e diversas categorias organizadas estão seguindo o exemplo da multidão que tomou as ruas mês passado e conseguiu vitórias muito importantes como a anulação do aumento das tarifas nos transportes.
Em alguns meses essa nova geração aprendeu o que eu aprendi na década de 80 e que me tornou um sindicalista até hoje: só a luta muda a vida!
Por isso, os governantes e os parlamentares estão desesperados para calar a voz das ruas. Anunciam medidas para não resolver nada, como ontem, quando a presidente Dilma anunciou um “auxílio” para os prefeitos no valor de R$ 3 bilhões, para “ajudar” na saúde e na educação.
Na marcha dos prefeitos em Brasília, a presidente foi vaiada no final do seu discurso, porque os prefeitos e as cidades enfrentam uma situação muito difícil e as propostas do governo federal nem de longe resolverão os problemas das cidades. Segundo os dados da Confederação Nacional dos Municípios esses R$ 3 bilhões recuperam apenas 1,3% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) – principal repasse do governo federal às cidades e que teve queda desde o ano passado. Só para dar como exemplo, a expectativa é que a queda do FPM de Itaocara seja de 2,5%; com a “ajuda” do governo a queda ainda será de 1,2%.
A proposta de pacto que o Governo Federal fez tem como primeiro ponto a “responsabilidade fiscal”. Desde que foi criada, a Lei de Responsabilidade Fiscal tem servido basicamente para arrochar o salário dos servidores federais, estaduais e municipais. Sobre o tema do salário e do poder de compra da população, que foi determinante para levar milhões de pessoas às ruas, a proposta é que se mantenha tudo do jeito que está. Não há limitação de gastos com mais nada para o poder público, apenas no investimento no salário. Assim como caiu a PEC-37, iniciou-se a aprovação da corrupção como crime hediondo, é necessário também nos levantarmos contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que até agora se demonstrou ser a uma verdadeira lei de irresponsabilidade social.
A Central Única dos Trabalhadores – CUT, central que eu ajudei a construir, precisa deixar de ser governista, e convocar uma greve geral, para derrotar a política econômica do governo federal e dos estaduais. Só assim acabaremos com o absurdo de que cerca de R$ 110 bilhões sejam destinados aos banqueiros em 2013 e poderemos investir todo esse dinheiro em saúde, educação e todos os serviços básicos.
Essa é a nossa hora. Unificando trabalhadores, jovens, desempregados é possível uma vitória. Por essa razão, apoio as mobilizações de hoje e que se transformem num calendário permanente de lutas para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.