PARÁ: UNIFICAR AS LUTAS. FORA JATENE!
Silvia Letícia – Secretaria Geral do SINTEPP e da DN da Unidos Pra Lutar
Depois das jornadas de junho, os últimos meses tem sido das categorias que saem a fazer suas campanhas salariais e a questionar a política de arrocho dos governos.
O pacto de Dilma, governadores e prefeitos foi para garantir o ajuste fiscal para o pagamento da dívida e não para solucionar os problemas na Saúde, na Educação, segurança pública e combater a corrupção. Nenhuma das reivindicações que estiveram presentes nas ruas em junho foi atendida pelo governo.
Nesse cenário de aprofundamento da crise social, os trabalhadores e o povo pobre têm respondido com greves e lutas e afirmado de forma categórica que não vamos pagar a conta da crise econômica.
A melhor expressão desse processo foram as greves da educação, ocorridas em vários estados exigindo planos de carreira, melhores condições de trabalho e o cumprimento da Lei do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN).
No Pará esse contexto de lutas, greves e mobilizações, esteve presente na poderosa e vitoriosa greve de 53 dias protagonizada pelos trabalhadores em educação do estado; na greve do DETRAN; dos Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias (ACS e ACE); nas paralisações dos trabalhadores do SAMU e do Pronto Socorro da 14 de março; bem como nas mobilizações dos policiais civis e policiais militares que exigem do governo Jatene (PSDB) melhorias salariais e condições de trabalho.
O governo diz que não tem dinheiro e que está no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas os trabalhadores e o povo pobre sabem que isso é uma grande mentira, dinheiro é o que não falta a esse governo que só de aplicações financeiras tem em caixa mais de R$ 1,9 bi sem contar com o que foi arrecadado com a taxa mineral que já ultrapassa os R$ 600 milhões de reais. O governo do PSDB paraense promove a farra das isenções fiscais, gasta uma fortuna no pagamento de Cargos Comissionados (DAS) e em propaganda para vender o Pará que só existe nos contos de fada.
Trabalhadores e o povo pobre na luta por serviços públicos de qualidade
Vivemos em um estado que é campeão mundial de hanseníase e da malária, o segundo mais violento do país, líder no trafico de pessoas, do trabalho escravo, do assassinato de trabalhadores rurais, da violência contra a mulher, do trabalho de crianças e adolescentes e do contrabando de biodiversidade.
Em Belém, não existe um dia sem que a população feche uma rua da cidade na luta por saneamento básico, transporte público, reforma nas escolas, segurança e melhorias nas condições de vida.
Por isso as lutas das categorias têm conseguido grande apoio da população e as demandas da população por serviços públicos de qualidade têm conquistado grande simpatia e presença nos piquete e atos públicos que têm sido realizados. O interesse comum do povo pobre e trabalhador, bem como as lutas protagonizadas, têm encurralado o governo e prefeitos, questionado a assembléia legislativa e câmaras de vereadores cheias de privilégios dados aos políticos, desmoralizado a justiça dos ricos e o ministério público. Sem condições de trabalho e a violência chegando às portas dos quartéis e delegacias, visto que são mais de 100 policiais mortos somente no governo Jatene, a PM também está se mobilizando e não é de se descartar que assim como ocorreu ano passado, tenhamos uma nova paralisação do setor, os servidores públicos da Policia Civil podem deflagrar greve ainda esse mês.
Estão dadas todas as condições para que construamos a unidade necessária do funcionalismo público estadual. Temos a mesma pauta e lutamos contra um único governo.
A greve dos trabalhadores em educação que unificou as reivindicações dos servidores da SUSIPE, DETRAN, Policia Civil, Adepará, Concursados e que conseguiu fazer um ato público com os Policiais Militares exigindo do governo melhorias nas condições de trabalho demonstrou o quanto é possível unificar as lutar e derrotar o governo de Jatene.