A saída do governador Sérgio Cabral finalmente será oficializada. Certamente os trabalhadores grevistas, a juventude indignada, os moradores das favelas, os milhões que saíram as ruas, estão felizes com essa noticia. Será um motivo pra comemoração, pois desde as jornadas de junho a palavra de ordem mais cantada nas ruas do Rio de Janeiro era "Fora Cabral". Por meio dela sintetizamos a luta contra os podres poderes da atual falsa democracia dos ricos e dos empresários.

Cabral não tem mais condições de governar e agora Pezão, seu vice, assume o cargo. Não há motivos para trégua. Pezão, do PMDB, mantem a mesma política de perseguição aos moradores da periferia, que assassina os Amarildo’s e Cláudia’s; de privatização da saúde e educação e destruição dos serviços públicos; de ajuste fiscal, aumento de tarifas e arrocho salarial; de repressão militar para quem enfrenta os seus desmandos; de privilegio para a Copa da FIFA em detrimento das necessidades do povo.

A posse de Pezão, muito além de uma mera formalidade é o lançamento de sua campanha para as eleições deste ano, pois pretendem manter tudo como está. O novo governador do PMDB quer continuar atacando os trabalhadores do serviço publico e o povo, pois o estado do Rio é o que menos investe no funcionalismo. Deseja manter o fechamento de escolas e a municipalização da educação, precarizando ainda mais o ensino e deixando a responsabilidade da educação para os municípios, que são os entes da federação com os menores recursos. E para piorar o governo do estado prepara a municipalização dos casos de saúde de alta e média complexidade. Ou seja, o caos dos postos de saúde de hoje só tende a piorar com a política de Pezão/Cabral.

Para que não restem dúvidas basta ver que o orçamento do governo estadual votado para o ano de 2014 prevê 8% para o pagamento da dívida pública. Número muito maior do que investido para a educação, 6,5%, ou saúde 7%. Ao mesmo tempo, política para acabar com os lixões a céu aberto vai de mal a pior. O prazo para desativar os lixões é o mês agosto, mas o governo do estado não acabou com as obras dos consórcios para tratar o lixo e os municípios serão penalizados. Fica evidente que o único compromisso de Pezão é com as empreiteiras que estão surfando com as obras da copa do mundo da FIFA, obras que para o povo trabalhador não terão nenhuma utilidade.

Por isso, chamamos os trabalhadores e a juventude a seguir lutando, nos piquetes, nas passeatas e ocupações. Repudiamos o “novo” governador Pezão e seus aliados, pois mantem a velha forma de fazer política: governar para os ricos igual o que fazem os governos do PT, PR e PSDB. Temos que seguir mobilizados e devemos aumentar nossa organização para obter triunfos como o que acaba de ser conquistado pelos garis e também derrota-los nas urnas. Nesse caminho por de pé uma alternativa política dos de baixo para construir um verdadeiro governo de esquerda, dos trabalhadores e do povo.

Rio de Janeiro, 03/04/2014
Corrente Socialista dos Trabalhadores - PSOL