Uberlândia: déficit de vagas nas escolas de ensino infantil e a matéria do CQC
No dia de 28 de abril foi vinculado no programa CQC (Band), uma reportagem sobre o déficit de vagas nas escolas municipais de ensino infantil (EMEI) de Uberlândia. Durante o próprio programa, e também após, a reação dos setores governistas foi acusar a oposição de ter encomendado essa matéria, sendo divulgada uma nota da UJS/PCdoB e um vídeo da Kizomba/PT. Nessa polêmica não caímos, pois temos a clareza que tais grupos de juventude e partidos são fisiológicos da ordem burguesa, e o vale tudo eleitoral em ano de eleições presidenciais se expressa na sua plenitude nesse sentido. É verdade que a mídia deve ser democratizada, haja vista seu caráter reacionário e monopolista, também é verdade que não se democratizará se não houver um processo de ruptura com o capital internacional e nacional existentes hoje no Governo Federal (PT/PMDB), construindo um governo da classe trabalhadora e do povo pobre. Para ir na raiz desse debate, temos que ir a fundo na avaliação desses governos e da política que implementam.
Outro ponto que não deve ser esquecido é que o déficit de 6 mil vagas no ensino infantil é real na cidade. E se o governo municipal já criou vagas no primeiro ano de gestão e promete mais 1.300 para esse ano, afirmamos: não é o suficiente. Não podemos nos contentar com apenas isso e nos calar frente a um problema sério que afeta a população Uberlandense. A resposta para esse problema é encontrado na politica do governo federal: cortes do orçamento da união (44 bilhões esse ano), o baixo investimento em educação (menos que 4% do PIB), e a “responsabilidade fiscal” que tem como objetivo o pagamento da dívida publica interna e externa, que consome quase metade do dinheiro do orçamento do Brasil.
A reação dos setores governistas, UJS/Kizomba, vem no sentido de blindar o governo municipal, sem colocar uma avaliação real da política implementada por essa gestão, deslocando o real debate político para a polêmica de que “a oposição pagou a matéria”. Por que o vídeo postado pela Kizomba/PT se limita a fotos e uma pequena parte de um vídeo, com apenas uma musica de fundo sem deixar que o áudio do que as pessoas estavam falando no momento fosse veiculado? Por que a nota da UJS/PCdoB diz se solidarizar e defender o governo da cidade? Não devemos cair nessa falsa polarização entre a atual gestão e a oposição (antigas gestões)pois o que vemos hoje, é o governo Gilmar implantando a mesmo politica do governo Odelmo (PP).
Como uma de suas primeiras ações de governo, o Prefeito Gilmar (PT) anunciou a criação da FUNDASUS, uma empresa ao estilo da EBSERH (que veio pra precarizar ainda mais a saúde do município, e os trabalhadores da aérea da saúde). Não rompeu com o contrato das empresas de transporte publico, e nos seus dois anos de mandato aumentou o valor da passagem. No debate de reforma urbana, segue sem dar uma resposta concreta as ocupações urbanas e não soluciona o déficit de moradia que há na cidade. Vem cada vez mais tentando cooptar os movimentos sociais. O DCE da UFU, hoje composto em sua maioria pela UJS (PC do B), quando o prefeito anunciou o aumento da passagem, estava lá do lado do prefeito, e não juntos com o estudantes que estavam na rua tentando barrar o aumento da tarifa.
Não nos agrada o passado como era, nem o presente como esta. Não estamos com a velha direita do PSDB e PP, e nem com a nova direita do PT. Por uma real alternativa de esquerda para a cidade de Uberlandia, construímos o PSOL. O debate tem que ser essencialmente político baseado nas reais necessidades da população! Criação de 6.000 vagas na EMEIs imediatamente!
Uberlândia, 04 de maio
Corrente Socialista dos Trabalhadores - Tendência interna do PSOL