Em um discurso de ódio contra o movimento de defesa dos direitos humanos, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) declarou em sessão realizada na terça-feira (9) que só não estuprava a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não merecia.
"Fica ai, Maria do Rosário, fica. Há pouco dias me chamaste de estuprador, e eu disse que eu não estuprava você porque você não merece (...) E também queria falar sobre o dia dos direitos humanos, que no Brasil é o dia da vagabundagem...", vomitou Bolsonaro (PP).
Nós, da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST), tendência do PSOL, repudiamos as declarações de Bolsonaro e exigimos a imediata cassação do mandato do deputado por quebra de decoro parlamentar e por incitar a violência. Além disso exigimos que seja exemplarmente julgado e punido. Para este objetivo chamamos a mais ampla unidade de ação com os movimentos feministas, os movimentos de direitos humanos, as entidades democráticas, os partidos de esquerda e entidades sindicais, juvenis e populares.
Não é a primeira vez que Bolsonaro utiliza a tribuna e o espaço midiático que tem para semear na sociedade brasileira ódio contra as mulheres, negros e negras e homossexuais, além da exaltação da ditadura empresarial militar brasileira, que perseguiu e matou opositores políticos. O partido de Bolsonaro integra a base aliada do governo Dilma que até hoje nunca tomou nenhuma medida contra as declarações do deputado mostrando como suas alianças conservadoras integram partidos cujo parlamentares são a escória do congresso nacional.
PARA DE PAGAR A DÍVIDA PARA COMBATER A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
O discurso machista que Bolsonaro reproduz no Congresso Nacional está espalhado no seio da sociedade brasileira e só uma política coerente de investimentos públicos em educação, em campanhas contra o machismo e no combate à violência contra a mulher pode fazer com que esta ideologia nefasta não se reproduza.
Para que a Lei Maria da Penha seja realmente aplicada, é necessário investimento público, mas os governos petistas só fazem reduzir os valores destinados ao combate à violência contra a mulher.
Enquanto apenas este ano mais de R$ 900 bi foram destinados para o pagamento da dívida pública aos banqueiros amigos de Dilma, R$ 132 milhões foram investidos na execução da Lei Maria da Penha entre 2007 e 2011. Uma aberração, que mostra a prioridade do governo com o sistema financeiro e o quanto despreza a pauta feminista.
A política econômica atual e os cortes que querem aplicar Dilma e Levy (Ministro da Fazenda) só vão fazer com que aumente os casos de machismo no Brasil. Temos que enfrentar esta política nas ruas, reivindicando por mais direitos e por 1% do PIB para o combate à violência contra a mulher, como reivindicam os movimentos feministas independentes do governo federal.
Corrente Socialista dos Trabalhadores - PSOL