O Partido Socialismo e Liberdade (PSL) repudia energicamente o assassinato de Kluiverth Roa, estudante de 14 anos do colégio Agustín Codazzi, morto na cidade de San Cristóbal na terça-feira (24).
O PSL ratifica que não se trata de um fato isolado, como os representantes governamentais pretendem fazer crer. O assassinato de Roa é a continuação da brutal repressão imposta pelos corpos repressivos do Estado nos protestos que se iniciaram em fevereiro do ano passado, que deixaram um saldo de 43 mortos, em sua maioria em consequência da atuação da Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional), da Guarda Nacional e da Polícia Nacional. E inclusive o governo quer ampliar os recursos repressivos com a resolução Nº 008610 do Ministério da Defesa, que pretendia autorizar a participação de efetivos militares armados na repressão às manifestações. Por isso afirmamos que o governo é o responsável político deste crime, e em tal sentido exigimos a renúncia da ministra do Interior e Justiça, Carmen Meléndez.
O presidente da República, Nicolás Maduro, tem dito que estariam preparando jovens para realizar atos de violência, e que estes pertenciam a "seitas de direita". O governo trata de passar a ideia que a morte do jovem foi um enfrentamento violento entre estudantes e a polícia, o que é completamente falso, e somente busca distorcer os fatos e criar um manto de dúvidas sobre as circunstâncias do assassinato. O certo é que este crime não tem nenhuma justificativa. São os mesmos argumentos que no passado puntofijista (pacto dos partido burgueses venezuelanos em defesa do regime) davam os partidos que governaram, os quais hoje formam a MUD (Mesa de Unidade Democrática), agrupamento da oposição de direita venezuelana.
Nosso partido rechaça estas declarações que de alguma maneira tentam justificar e desviar a atenção sobre os fatos concretos. Há fotos e vídeos que evidenciam a forma covarde com a qual atuou o funcionário da Polícia Nacional Bolivariana que assassinou ao estudante. Há testemunhas que confirmam que o disparo foi feito à queima roupa.
Manifestamos que em qualquer circunstância a vida deve ser respeitada e defendida pelo Estado como valor e direito humano consagrado na Constituição da República Bolivariana de Venezuela (CRBV), que no seu artigo 43 expressa que "o direito à vida é inviolável. Nenhuma lei poderá estabelecer a pena de morte, e nenhuma autoridade aplicá-la".
Este assassinato monstruoso e repudiável é parte da perseguição a dirigentes políticos, como expressão da criminalização a trabalhadores, camponeses, indígenas e estudantes, que vem executando o governo para garantir a estabilidade necessária para seguir aplicando o plano de ajuste contra o povo e a classe trabalhadora, com o qual quer nos fazer pagar a crise gerada pelos banqueiros, empresas transnacionais, empresários e corruptos.
O PSL chama o movimento estudantil a se mobilizar, independentemente de suas direções políticas, incapazes de responder à situação, e repudiar de forma enérgica este fato. Devemos exigir nas ruas que cesse a repressão e criminalização dos protestos, e que se castiguem os responsáveis por este crime e dos assassinatos cometidos pelos corpos repressivos do Estado no ano passado.