Boletim informativo da corrente sindical Unidos pra Lutar e do cipeiro da Viação Forte Márcio Amaral
O Governo Dilma está sacrificando cada vez mais os trabalhadores. Após eleita a presidente está adotando medidas que só favorecem os patrões e os banqueiros do país. Ela quer economizar dinheiro que serviria para investir na saúde, educação, segurança, para pagar juros da dívida pública para os banqueiros. Além disso, a corrupção corrói cada vez mais os serviços públicos do nosso país.
A vaca tossiu e expeliu um ajuste fiscal maldoso com as MPs 664 e 665 que reduzem vários dos nossos direitos. Elas determinam novas regras para acesso a benefícios previdenciários como, por exemplo, Abono Salarial, Seguro Desemprego e Auxílio Doença, com a intenção de extinguir esses direitos. O ajuste trouxe também o aumento da tarifa de energia elétrica, da gasolina, o que vai gerar aumento das tarifas de transporte e também dos preços dos alimentos.
Com essa alta, por causa desta crise econômica, nós trabalhadores rodoviários vamos ver o poder de compra do nosso salário diminuir muito. E agora se não bastasse, Dilma quer aumentar nosso tempo de serviço para a aposentadoria.
Essas medidas atingirão nossas vidas no dia a dia, nós não somos responsáveis pela crise gerada pelos banqueiros, empresários e políticos corruptos, e por isso não devemos ficar parados aceitando a perda de direitos conquistados a duras penas ao longo dos anos. Devemos nos organizar, lutar e derrotar estes ataques.
UNIFICAR AS LUTAS CONTRA O AJUSTE
Devemos seguir o exemplo dos trabalhadores da Volks que com sua forte greve de 11 dias reintegraram 800 operários ameaçados de demissão; Os trabalhadores da GM (SP) fizeram seis dias de greve e conseguiram que 794 demissões fossem canceladas; os professores do Paraná conseguiram impedir retirada de direitos históricos com ocupação da Assembleia Legislativa e uma forte greve. Estão em luta também os professores do Distrito Federal e os caminhoneiros que paralisaram contra o aumento do combustível, entre outras pautas.
Nossa campanha salarial inicia já nos próximos meses e, com a crise que está tendo, temos que nos organizar muito para exigir um bom aumento de salário e no ticket. Os rodoviários merecem respeito e condições dignas de vida, pois sem nós a cidade não anda.
OS RODOVIÁRIOS DE ANANINDEUA TAMBÉM DERAM EXEMPLO
Nós, rodoviários, estamos de parabéns porque começamos a dar o exemplo de como se organizar para garantir nossos direitos. Nossa luta foi por melhorias no ambiente de trabalho (finais de linhas) e por água mineral.
O início de 2015 foi marcado por paralisações da nossa categoria nos finais de linha do Guanabara, Icuí e PAAR/Curuçambá. Todos sabem das condições precárias destes finais de linha, onde não temos lugar sequer para sentar, nos alimentar ou descansar entre uma viagem e outra.
Com o calor que faz na cidade somos obrigados a beber água da torneira e natural. Precisamos do nosso emprego, mas não é por isso que vamos nos submeter a qualquer condição de trabalho!
O resultado da nossa luta foi a patronal se apressar em apresentar um calendário de reformas ou apresentação de novos pontos para os finais de linhas assim como a instalação de água mineral para esses postos. Nossa luta também chamou a atenção do Ministério Público do Estado e da Semob, que recolheu vários ônibus que estavam rodando sem as mínimas condições de uso. A luta não para por ai, pois por enquanto foi só o calendário, queremos ver a coisa concretizada dentro do prazo que nos foi dado!
INSEGURANÇA NOS ÔNIBUS
Os ônibus queimados nos últimos dias alertaram para a falta de segurança pública no Estado. Este fato deixou os rodoviários e passageiros expostos a uma situação de desespero e risco de vida. Exigimos que o Governo do Pará faça uma investigação séria e que puna os responsáveis.
Por outro lado, o fato chama a atenção para a falta de segurança que sofre a categoria e os usuários diariamente com assaltos e até assassinatos. Nem a patronal, nem o SINTRAM tem iniciativa política para exigir do Governo Jatene proteção policial nos ônibus e nos finais de linhas, ou seja, não tem politica para defender nós, trabalhadores.
CADÊ O SINTRAM ?
Desde de 2013 que o SINTRAM não vem organizando os rodoviários para enfrentar a patronal. Pelo contrário, a direção do sindicato esta de conluio com os patrões. Foi assim em 2013 quando a patronal aumentou nossa jornada de trabalho, deixou o Jorginho do (Jiboia Branca) preso por 14 dias e até agora não devolveu o dinheiro da ação de insalubridade dos Mecânicos da Forte.
Em 2014, na campanha salarial, se deram o trabalho de procurar o prefeito de Belém e pedir aumento na tarifa de ônibus, assim favorecendo os empresários do transporte. Eles seguem o plano de ser um sindicato igual ao de Belém, totalmente alinhado aos patrões.
CIPEIRO DE LUTA
Esse tem que ser o papel do CIPEIRO, denunciar e lutar pela melhoria das condições de trabalho dos nossos motoristas, cobradores e trabalhadores da garagem. As reuniões da CIPA devem se pautar nos problemas que existem na base categoria e ter iniciativas para resolvê-los, por isso a última reunião da CIPA corretamente deliberou visitas em todos os finais de linhas para verificar de perto a situação do ambiente e se tem água mineral.
Lutar por segurança e melhores condições de trabalho para os rodoviários!