Em assembleia geral, na sexta-feira, 13 de março, nós professores de São Paulo, aprovamos greve por tempo indeterminado. De forma geral estamos lutando pela reabertura das salas de aula fechadas; pelo desmembramento das salas superlotadas; fim da “duzentena” ou quarentena; aumento de 75% para obter equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior; pela implantação da jornada do piso; pela transformação do bônus em reajuste salarial; pelo aumento do vale-transporte e vale-refeição.
Alckmin está destruindo a escola pública!!!
A greve é pra defender o direito a educação e para termos condições de trabalhar!!!
No início de 2015 o governador Alckmin fechou 3.500 salas de aula. Isso fez com que aumentasse a quantidade de alunos por sala de aula. Em todo o Estado encontramos salas com 80 alunos. Com a diminuição das salas vários professores efetivos e categoria “F” tiveram que pegar aulas em 2, 3 ou até 4 escolas e muitos professores categoria “O” ainda estão sem trabalhar. Esse ataque atingiu também os coordenadores que com o fechamento de salas acabaram perdendo o cargo e tendo que voltar pra sala de aula.
No final do ano passado o governador demitiu 21 mil professores temporários (categoria “O”), colocando novamente em vigor a famosa lei da duzentena (após 2 anos de contrato o professor temporário fica 200 dias sem trabalhar) que estava suspensa através de liminar desde a greve de 2013. E quem não foi demitido este ano perderá o trabalho o ano que vem. Correm boatos nas escolas que o projeto do PSDB é acabar com o professor categoria “O”, ou seja, reduzir o quadro funcional.
Organizar os REs e os ativistas para garantir a greve
Durante a assembleia, que contou com cerca de 10 mil professores, milhares de professores vaiaram a “Bebel”, presidenta do sindicato, da Articulação/PT. Entendemos que essas vaias são devido aos anos de enganação à categoria. Na última greve a presidenta disse que o acordo do fim da greve contemplava o fim da duzentena, e hoje estamos vendo que a duzentena esta viva e acabou de demitir 21 mil professores; disse também que o professor “O” teria direito ao IAMSPE (plano de saúde) e até agora nada. Nesta greve chamamos todos a ficarem de olhos bem abertos para que mais uma vez a direção majoritária do sindicato não engane a nossa categoria. Temos que organizar os REs (Representantes de Escola) e todos os ativistas, em cada escola e em cada subsede. Devemos exigir dos dirigentes acomodados que visitem as escolas, organizem a greve, as panfletagens, aulas públicas, atos e mobilizem para a assembleia geral da próxima sexta-feira, no centro de São Paulo.
Nem 13 nem 15: Não queremos atos com os governistas!
Tomar às ruas contra o arrocho de Dilma e de Alckmin na Educação!
No final da assembleia do dia 13, a direção do sindicato tentou levar os professores, goela abaixo, ao ato dos governistas que defendem Dilma, que fez cortes nos gastos com saúde e educação, mas que dá lucro ao banqueiros com juros altos e favorece os empresários com a inflação. O ato tinha muito “cargo de confiança” arrebanhado pelo PT, pela CUT, e pelo PC do B. Felizmente a grande maioria dos professores não escutou o canto de sereia e se retirou no fim da assembleia. Infelizmente uma parte da esquerda resolveu sair em passeata pelo mesmo trajeto que os governistas e isso criou confusão, utilizada pela mídia para falar que os professores engrossaram o ato do PT. Nós da Unidos pra Lutar, junto com muitos ativistas e milhares de professores nos retiramos da passeata.
Outro setor governista, o PSDB e o DEM, convocaram os atos pelo Impeachment da Dilma. Amparados no ódio cada vez maior que existe entre os trabalhadores e setores populares contra o governo federal, os tucanos se disfarçam em pele de cordeiro e não dizem a verdade: quem está matando a educação em São Paulo é o tucano Alkmin, quem nos deixou sem agua é o governador do PSDB. Esses setores criticam Dilma, mas não querem derrubar sua política econômica nem o pacotaço contra o povo. Compreendemos que muitos trabalhadores e jovens participaram desses atos só pelo fato de protestar conta o governo Dilma, mas queremos alertar que esses atos sao uma falsa polarização de dois partidos que são iguais e tem os mesmos interesses a favor dos ricos e poderosos. Por isso, nos da Unidos pra Lutar, tampouco participamos do ato do dia 15.
Lugar de professor é na rua, mas com propostas claras, para derrubar com lutas, greves e mobilizações os planos de ajuste e de arrocho de Alkmin e de Dilma.
Contra o decreto 61.132/2015 que suspende qualquer tipo de aumento salarial ou beneficio dos servidores do Estado e contra o congelamento salarial que pretende a presidenta Dilma. Contra a corrupção dos tucanos no Metrô (Trensalão) e contra a máfia do PT na Petrobras. Esses mesmos partidos e governos são os que aplicam os chamados “planos de ajuste” contra o povo.
Nosso lugar é junto aos garis do Rio de Janeiro que saíram em greve novamente, junto aos trabalhadores da Sabesp que marcaram greve dia 19 contra às 300 demissões. Nossa tarefa é unir as lutas rumo a uma greve geral. Por isso, vamos fortalecer a greve dos professores de São Paulo para conquistar nossos direitos!!!
Professores da Unidos pra Lutar/SP