Em defesa do direito dos que lutam.
No dia 26/3 um oficial de justiça acompanhado do Procurador Federal da AGU estiveram na sede do Sintuff - Sindicato dos Trabalhadores da UFF no Campus Valonguinho, com a finalidade de entregar uma intimação judicial preventiva, determinando a proibição ao SINTUFF de obstruir a entrada dos Campi, em especial da Reitoria. Antes de ir a sede do sindicato estiveram na casa do companheiro Pedro Rosa (coordenador do sindicato) para lhe entregar a intimação, mesmo não sendo réu. A intimação também informava acerca da mobilização de efetivos da Polícia Federal ao local para inviabilizar uma suposta mobilização. A ordem foi baseada em uma denúncia do Reitor alegando que supostamente seria realizado uma manifestação no dia 26/3, supostamente, às 7 da manhã.
O Sintuff, junto a demais entidades da Educação e com o Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública, esteve presente no ato que ocorreu dia 26 de março às 17 horas na Candelária, centro do Rio. Em vários estados ocorreram atos e manifestações semelhantes, na pauta a Luta contra os cortes de verbas da educação. Portanto nenhum ato havia sido marcado para este dia na UFF.
A prática da reitoria da UFF de tentar criminalizar o movimento sindical, especialmente o Sintuff não é de agora. Em 2012 durante a greve, o então reitor entrou com interdito proibitório contra a Greve. Em 2014, em meio a greve, o reitor chamou a Policia Federal para garantir a abertura dos portões da reitoria, “supostamente fechado pelo Sintuff”. Na verdade os portões do Campus da Reitoria haviam sido fechados pela própria administração superior da UFF, não pelo sindicato. Tem sido uma prática reiterada do reitor: forjar provas para justificar uso da força judicial e policial contra movimentos sociais que lutam para defender seus direitos.
Mais recentemente durante a greve dos terceirizados da UFF, na ocasião de um ato feito por esses trabalhadores no Campus Gragoatá, que pararam as atividades devido ao atraso em recebimento dos salários, o reitor mais uma vez conseguiu uma ordem judicial para tentar incriminar o Sintuff, acusando-o de incitar os terceirizados a fecharem os portões do Campus da UFF. Quando na verdade tratou-se de um ato legitimo dos terceirizados, amplamente apoiado pela comunidade universitária e pelas entidades como Sintuff, havia a presença também de dirigentes da Aduff e do Sepe/Niterói em apoio a esta luta.
O papel do reitor de uma universidade deveria ter sido procurar o diálogo com os trabalhadores terceirizados, mostrando solidariedade com as reivindicações e chamando-os a se somarem a luta contra o corte de verbas impetrado pelo governo federal, que somente este ano ceifou da educação um montante de R$ 7 bilhões. Porque o reitor não dialoga com trabalhadores e estudantes da Biologia, que seguem em um prédio condenado pela defesa civil, que pode cair a qualquer momento? Por que não explica porque não se inaugura o novo prédio que há dez anos é prometido? O reitor deveria explicar à toda comunidade universitária porque continua cobrando taxas de cursos e serviços na UFF, pois isso é ilegal e imoral. Mas não! O reitor prefere usar a intimidação para tentar calar os trabalhadores e estudantes que lutam por uma universidade pública, gratuita e de qualidade.
Nesta conjuntura de crise econômica aguda, a educação pública e em especial as universidades públicas vêm sofrendo ataques oriundos de uma política de austeridade implementada pelo governo Dilma (PT/PMDB/PP). A crise nas IFES é brutal: corte de bolsas de pesquisa, ensino e extensão, paralisação das obras de infra-estrutura, não pagamento dos trabalhadores terceirizados de limpeza/segurança, atraso de aulas, etc. Esta situação é latente na UFF.
Por isso, os trabalhadores, o povo e a juventude estão nas ruas e nas greves lutando em defesa dos serviços públicos, dos direitos sociais, enfrentando a política de ajuste dos governos.
Por fim exigimos que o Reitor retire todo e qualquer processo judicial e ou administrativo contra o SINTUFF e qualquer dirigente sindical. Exigimos o respeito à livre organização e o direito à manifestação, não aceitamos que práticas da época da ditadura militar siga na UFF.