Freddie Gray tinha 25 anos e foi mais um jovem negro estadunidense assassinado pela polícia racista dos EUA na cidade de Baltimore. O jovem morreu no hospital por ferimentos sofridos durante sua detenção. Vídeos gravados por pedestres mostram como a polícia atirou Gray no chão no momento de sua prisão, enquanto ele, gritando de dor, era colocado em um furgão. "Foi dobrado como se fosse um caranguejo ou uma figura de origami", disse Keven Moore, que fez um dos vídeos ao jornal Baltimore Sun. "Gritava por sua vida". "Sabemos que ele estava bem quando entrou no veículo da polícia, mas já não reagia na saída", afirmou a prefeita Stephanie Rawlings-Blake.

Baltimore é a cidade mais populosa e o principal centro urbano, financeiro e cultural do estado de Maryland, localizada só a 100 km da Casa Branca, onde mora o primeiro presidente negro, Barak Obama. Assim como no Brasil, onde temos uma primeira mulher presidente, Dilma, antecedida por um primeiro presidente “operário”, Lula, que em nada mudaram as condições de exploração de trabalhadoras e trabalhadores pobres e negros nesse país, nos EUA, também não foi muito diferente com a eleição de Obama.

Tanto lá como cá, presidentes ex-operário, mulher e negro eleitos pela maioria dos trabalhadores com uma esperança de mudança, acabaram mesmo foi usando o voto popular para chegar ao mandato do governo burguês e atuarem como serviçais do capital. Obama, assim como a “presidenta” e o ex-operário daqui, está preso ao comprometimento com os interesses históricos da classe dominante racista e anti-operária de seu país que vê nos trabalhadores, pobres e negros uma ameaça a sua hegemonia na sociedade estadunidense. É por isso que Obama não pode salvar seus irmãos de “raça” da sanha assassina da polícia doutrinada pela ideologia racista dos “ brancos, anglo-saxões e protestantes” ( WASP ).

Rebelião negra, jovem e popular

A realidade da luta entre opressores e oprimidos se impõe e, apesar das traições dos que foram eleitos pelo povo ou por causa mesmo dessas traições, a resposta das massas é a luta. Pouco depois do enterro de Freddie Gray, as manifestações de protesto tiveram início na tarde desta segunda (27) em Baltimore. A polícia diz que ao menos sete de seus homens ficaram feridos e que um deles está inconsciente após confrontos com manifestantes. Segundo a agência AP, o capitão Eric Kowalczyk diz que há policiais com ossos quebrados depois que pessoas atiraram pedras e tijolos neles. Em seu perfil no Twitter, a polícia local diz que há relatos de grupos incendiando objetos nas ruas e de que um fotógrafo teria sido empurrado e chutado. Ao menos um carro da polícia foi cercado e destruído por pessoas que pularam sobre ele. Ao vivo, pela televisão, mostrou-se outras viaturas que foram incendiadas. À noite, a prefeita de Baltimore, Stephanie Rawlings-Blake, declarou toque de recolher na cidade das 22h às 5h por pelo menos uma semana a partir dessa terça-feira (28).

Essa não é a primeira revolta recente desencadeada a partir da violência da polícia contra a juventude negra. Os vídeos e os primeiros relatos são impressionantes, com seus métodos de ação direta dignos de quem não aguenta mais tanta opressão e repressão.

Só a luta organizada dos explorados e oprimidos contra seus exploradores e opressores poderá mudar de fato as más condições de vida em que vivem a grande maioria dos trabalhadores pobres e negros, tanto lá nos E.U.A, como aqui no Brasil. Contra o racismo das classes dominante estadunidense e brasileira, todo apoio à revolta e à luta dos negros até a vitória lá e cá.

CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO NOS EUA E NO BRASIL

PELA DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA

TODO APOIO À LUTA DO POVO NEGRO NO MUNDO.