Mais de 12.500 trabalhadores do setor automotivo na província de Bursa em Turquia estão em greve desde sexta-feira, 15 de maio. A greve que iniciou na fábrica da Renault (2.500 trabalhadores) e em seguida na Fiat ( 5 mil trabalhadores) já se ampliou com o apoio de empregados de várias empresas da região produtoras de componentes para a indústria automobilística. Os trabalhadores demandam um aumento salarial adequado com o custo de vida atual.

Os protestos se dirigem também contra o sindicato turco do metal, o Turk Metal, que faz pouco tempo assinou um acordo com a patronal do setor (MESS), e foi duramente criticado pelos trabalhadores por ser "um acordo vendido". Agora em dezenas de empresas os trabalhadores estão se desfiliando deste sindicato. As greves em que em algumas fábricas tomam a forma de ocupações das instalações, estão dirigidas pelas comissões eleitas pelas assembleias dos trabalhadores.

As reivindicações são três:1) aumento salarial de 1,2 euro por hora trabalhada; 2) saída do sindicato Turk Metal da empresa; 3) nenhuma repressão ou demissão dos grevistas.

Os trabalhadores passam dia e noite nas fábricas ou nos jardins das mesmas, com o apoio solidário de outros colegas e de familiares que lhes levam comida e bebida.

A patronal e os inspetores do Ministério do Trabalho tacham de ilegal as greves com o argumento que já existe um acordo coletivo firmado pelo sindicato pelego Turk Metal. As fábricas e os grevistas estão rodeados pelas forças de segurança que esperam ordem de reprimir as mobilizações. Por outra parte, os fiscais já tem feito detenções de alguns dos dirigentes das greves.

O Partido pela Democracia Operária (IDP - seção da UIT-CI) apoia esta luta e convoca as organizações sindicais e estudantis a apoiar esta histórica greve de trabalhadores metalúrgicos de Bursa.

*Partido pela Democracia Operária é uma organização política turca pertencente à União Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional, da qual também faz parte a Corrente Socialista dos Trabalhadores do Brasil.