Em três de junho se deu uma jornada de luta histórcia em toda a Argentina. Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas em cada cidade e em cada província para gritar "Nem uma a menos! Basta de feminicídios!". Na quarta-feira (3) fomos todas Chiara, Daina, Melina, Lola, Marisabel, Susana...assassinadas nas mãos de seus maridos, ex-maridos ou pessoas conhecidas.
Mas também nós fomos Marita Verón, Florencia Penachi e as milhares de mulheres sequestradas e desaparecidas pelas redes tráfico de mulheres e de exploração sexual. E fomos essas mulheres anônimas, majoritariamente jovens e pobre, que morrem por abortos clandestinos.
Ainda que muitos quiseram pendurar o cartaz de #Nemumaamenos no último momento para não perder a foto, as mulheres têm consciência. Se ainda não se tenha declarado a emergência nacional em violência de gênero, se para a lei de erradicação de violência contra as mulheres ainda seguem aportando somente 0,0018% do orçamento nacional, se seguimos sem abrigos e nem centro de atenção às mulheres, se os policiais seguem sendo os principais feminicidas, se não se há desmantelado nenhuma rede de tráfico, se não legalizaram o aborto, se seguem livres feminicidas e agressores, se nos meios de comunicação seguem coisificando e acusando pelo "comprimento de nossas saias", não é por uma casualidade. O governo nacional, os governos provinciais, e a justiça patriarcal são responsáveis pela situação das mulheres. Por isso seguimos nas ruas, porque queremos terminar com a impunidade com que são tratados os que nos agridem, violam e assassinam, mas também contra aqueles que se gabam de serem governos que respeitam os direitos humanos quando no país se perpetua um genocídio de mulheres.
No dia três de março fomos todas Chiara, Daiana, Melina, Lola, Marisabel, Susana...Por isso, depois deste dia nacional de luta histórico, entendemos que a luta só está iniciando. Há que se organizar uma nova mobilização nacional com marcha à Praça de Maio para que novamente sejamos uma multidão lutando por cada uma de nossas reivindicações:
• Nem uma a menos! Basta de feminicidios. Basta de impunidade. O governo é responsável pela situação das mulheres.
• Imediata declaração da emergência nacional em violência de gênero. Orçamento para a lei de prevenção de violência e criação de abrigos e centros de atenção de mulheres vítimas de violência.
• ¡Nem uma a menos por abortos clandestinos! As mortes por abortos são feminicidios. Aprovação imediata da Lei de Interrupção Voluntária de Gravidez
• Separação da Igreja do Estado
• Desmantelamento já das redes de tráfico de mulheres e de exploração sexual.
• Basta de precarização e perseguição no trabalho.
• Justiça por Karina Abregú! Prisão para o feminicida Albornoz