Convocatória para Encontro em apoio à revolução na Síria


Dando continuidade com as atividades em apoio à revolução síria realizadas no Fórum Social Mundial (FSM) em março de 2013, forças e partidos de esquerda no FSM 2015, na Tunísia, consideraram necessário ratificar e reforçar seu apoio a esta revolução, e se comprometem a fazer todo o possível para organizar um encontro em Istambul em julho deste ano, reunindo a todas as forças e partidos de esquerda, organizações sociais, sindicatos e movimentos de solidariedade que apoiam a revolução Síria, e que estejam dispostos a defender o povo sírio em sua luta pela revolução e seu direito a derrubar o sangrento regime de Al-Assad.

O que está ocorrendo desde março de 2011 em Síria é uma verdadeira revolução, que hoje, todavia se mantém, apesar de toda a violência e as atrocidades do regime sírio contra o povo rebelado, e apesar da confluência da atuação das potências regionais e internacionais para liquidar a mobilização popular por distintos meios, porque temem o êxito da revolução e sua extensão.

Todas estas forças regionais e internacionais são hostis à revolução Síria. Como a monarquia Saudita e os países do Golfo, que fizeram todo o possível para degenerar a revolução, transformando-a em um conflito sectário e uma guerra civil reacionária, para isso apoiando os fundamentalistas com o envio de “jihadistas” e mediante o financiamento da islamização da revolução. É o caso de Turquia, que, depois de haver aproveitado de consideráveis benefícios econômicos do regime de Bashar Al-Assad, buscou fortalecer sua influência regional como poder dominante através da introdução de um sistema em que a “Irmandade Mulçumana” fora o pilar principal, e de repente facilitou o acesso de “jihadistas” e favoreceu sua instalação na Síria. Ou a Rússia e o Irã que apoiam o regime criminoso e sanguinário de Al-Assada até o ponto que as forças militares proporcionadas pelo Irã são essenciais para prevenir a queda do regime sírio e determinar seu destino.

Síria acabou sobrecarregada pelas forças fundamentalistas que que tem combatido contra o povo tratando de impor seu poder igualmente atroz e sanguinário como o de Al-Assad. Estas forças permitem a continuidade o governo sírio. Eles são o Estado Islâmico (ISIS ou DAESH, em árabe), o Exército do Islã e a Frente Al Nusra. Todos representam uma ação reacionária financiada e apoiada pelas forças regionais e internacionais, e atualmente controlam amplas zonas da Síria, e tratam de impor seu poder retrógrado, atroz e extremadamente violento. Ademais, estas forças detêm e mutilam os ativistas e líderes dos grupos de resistência armada.

A revolução Síria se enfrenta a todas as forças imperialistas que intentam destruí-la sistematicamente. Quando distintos setores que se consideram de esquerda apoiam o regime e condenam a revolução, a considerando como uma “conspiração”, esquecem que o objetivo principal desta versão é assustar o povo e dissuadi-lo da rebelião, quando claramente o mundo está passando por uma crise que ameaça com a propagação de revoluções além do mundo árabe.

O povo sírio luta por libertar-se do regime de Al-Assad para abrir uma nova situação na qual possa sobreviver, mas se encontra enfrentando a várias forças em sua luta contra o sistema arrogante: seja os “jihadistas”, ou forças imperialistas que intervêm com o pretexto de enfrentar o Estado Islâmico, quando em realidade se trata de influenciar a evolução da luta, ou bem as potências regionais que buscam deter a extensão da revolução iniciada na Tunísia, que se estendeu a vários países.

Por estas razões, e como forças e partidos de esquerda que apoiam a luta dos povos e suas revoluções, apoiamos a revolução do povo sírio e sua luta por seu direito a derrubar o regime. Defendemos a luta do povo kurdo, que saudamos, e sua contribuição nesta revolução e seu combate contra o Estado Islâmico, assim como a luta de todo o povo sírio para derrubar o regime e construir um novo Estado que cumpra com estas aspirações, interesses e metas.

Isto nos leva a reunir e confirmar nosso apoio para organizar nossa atividade e para contribuir a clarificação da realidade desta revolução, fazê-la mais eficaz e somar todos os nossos esforços para que seja vitoriosa.

Sem dúvida estamos contra o regime sírio, mas também estamos contra as forças fundamentalistas como o Exército do Islã e a Frente Al-Nusra e sobretudo o Estado Islâmico. Também estamos contra todas as forças implicadas para abortar a revolução e contribuir a destruição e desmantelamento de Síria (Arábia Saudita, Catar, Turquia, Irã, Rússia) e contra a intervenção imperialistas com o pretexto da guerra contra o Estado Islâmico, que busca, na verdade, assegurar e fortalecer seu papel e os interesses na região. Estamos contra todas as forças imperialistas e contra todos os países que se enfrentam com suas revoluções e contribuem para sua destruição.

Apesar de todas as dificuldades e obstáculos, a revolução síria continua. O povo sírio mobilizado durante 4 anos para reclamar dignidade, trabalho, pão e liberdade continua defendendo suas reivindicações contra o regime de Al-Assad e os grupos radicais islâmicos apoiados pelos países da região e pelo imperialismo.

Também, manifestamos nossa rejeição à “oposição” que só prejudicou o processo revolucionário se vinculando as forças regionais e aos imperialismos. Fazemos um chamado aos grupos da esquerda e aos sindicatos a apoiar o movimento de massas mobilizado para a construção de uma Síria livre, democrática e laica.
Por tudo isso, fazemos um chamado a uma reunião internacional para apoiar a revolução síria, em 11 e 12 de julho de 2015, em Istambul, Turquia.
29 de mayo de 2015.
Para assinar o chamado e contatar o comité organizador:
durugorkem.ic@gmail.com
Primeiras assinaturas:
Salameh Kaileh
Babá – Vereador do Rio de Janeiro
Corriente de la Izquierda Revolucionaria en Siria
Partido de la Democracia Obrera (Turquía)
Unidade Internacional de Trabalhadores- Quarta Internacional (UİT-Qİ)
Movimento de Esquerda (Líbano)

CST – CORRENTE SOCIALISTA DOS TRABALHADORES – (Corrente Interna do PSOL) – UIT-QI