No dia 28 de maio iniciou-se a greve nas universidades federais de todo o país. Os técnicos administrativos estão de braços cruzados em 65 universidades e os docentes em 25. Os estudantes estão realizando assembleias e votando greve estudantil, como na UFRJ, UFF, UNIRIO, UFPA e UFBA. Mostrando a necessária unidade de docentes, técnicos e estudantes.
Esta forte mobilização nas universidades se dá devido a crise que vem se aprofundando na educação pública e em especial nas universidades públicas federais. Este ano o corte na educação foi de 9,4 bilhões, o que significa uma redução de 30% no orçamento das IFES. Estes cortes afetam diretamente o funcionamento dos cursos e dos serviços abertos ao público. Há cortes nas bolsas de pesquisa, ensino e extensão, obras paralisadas, atraso no pagamento das contas de luz e telefone, trabalhadores terceirizados com atrasos nos salários, que todos os meses são obrigados a realizarem paralisações. Faltam até insumos básicos como papel higiênico, lâmpadas e resma de papel.
Nos Hospitais Universitários a situação não é diferente. Há falta de seringas descartáveis, luvas, antibióticos, kits de exames nos laboratórios, etc. itens básicos, porém imprescindíveis para o atendimento à população. Isso tudo acarreta uma forte pressão sobre os trabalhadores, dessa forma piorando ainda mais as condições de trabalho.
Junto com esta crise o governo já anunciou que não haverá um centavo de reajuste salarial para os servidores públicos federais, que somente no governo petista possuem uma defasagem salarial de quase 30%.
FMI elogia ajuste fiscal de Dilma
Não há dúvida de que o governo Dilma, governadores e prefeitos despejam a conta da crise econômica sob nossas costas, através da implementação de um duro ajuste fiscal, que passa por aumentar os juros, dificultar o crédito, aumento da inflação e do desemprego, cortes de orçamento que afetam setores chaves como saúde, educação, saneamento, etc. e por aplicar medidas recentemente votadas que retiram direitos históricos, como a PL 4330 da terceirização em todos os ramos da produção e as MP’s 664 e 665 que cortam o direito a pensões e dificulta o acesso ao seguro desemprego. Tudo isso para seguir pagando os juros e amortizações da famigerada dívida pública que já consome 47% do orçamento federal. Não à toa que Dilma vem sendo elogiada pelo próprio FMI.
E em troca do apoio dos parlamentares a essas medidas o governo acaba de liberar mais de 188 bilhões para o agronegócio e 1 bilhão em emendas parlamentares. Um verdadeiro troca-troca de “favores”.
Somado a esta situação assistimos ao verdadeiro desmonte do estado brasileiro com o novo anúncio de pacote de privatizações de portos, aeroportos e rodovias, é a privatização deslavada apelidada de “concessão”, o que só mostram que a privataria tucana é a mesma privataria petista.
Unificar a greve entre professores, técnicos e estudantes.
O governo e as reitorias vêm atuando no Andes para impedir que os docentes votem a greve em suas assembleias de base, tentado desmontar a greve das universidades para impedir que se converta em um grande pólo de luta nacional. Junto com isso o governo e os reitores vêm criminalizando os lutadores, através de interditos proibitórios, como o feito pela reitoria da UFF contra o Sintuff.
Nesta greve a maioria da direção da Fasubra, que é composta pela esquerda, tem uma grande responsabilidade e deve fazer todos os esforços para organizar ações unitárias das três categorias, docentes, técnicos e estudantes, como forma de fortalecer a greve. Buscar realizar atividades nacionais com o Andes, e com o Sinasefe e Fenasps, que marcaram greve para o inicio de julho. No dia 25/06 está marcado um dia nacional de mobilização dos servidores públicos federais, neste dia devemos unificar em atos de rua, mas é necessário que esta iniciativa não pare por aí, devemos apostar em novas datas de atos unitários e um calendário que chame a unificação com demais categorias. Devemos também exigir que a CUT e CTB rompam com o governo e que venham apoiar a greve das universidades.
Não podemos aceitar da direção majoritária da Fasubra que saiam notas e panfletos que não responsabilize o governo Dilma pela crise das universidades, a exemplo da carta aos trabalhadores dos HU’s que se quer existe a palavra privatização.
Cabe aos setores de esquerda que atuam nas universidades, a exemplo da Conlutas, Intersindical, correntes independentes, Oposição de Esquerda da UNE e ANEL fazerem todos os esforços para ajudar no triunfo desta greve.