O dia 3 de agosto entrou pra história recente do nosso estado como uma grande resposta dos trabalhadores gaúchos ao ajuste fiscal promovida pelo governo do PMDB. Foi uma resposta contundente contra o escandaloso parcelamento dos salários de 47% do funcionalismo público.
Foi um dia que marcou o RS e teve forte impacto nacional também. O aquartelamento da Brigada Militar, que paralisou suas atividades na maior parte do estado, deu a tônica do dia de mobilizações. O comércio fechou mais cedo em várias cidades. Centenas de agências bancárias não abriram as portas, por causa da insegurança causada pela irresponsabilidade do governador Sartori. Os ônibus da Carris só circularam a partir das 14h. Mais da metade das escolas adiou o retorno às aulas.
Tivemos também fortes atos nas principais cidades do Estado. Em Porto Alegre, os servidores se concentraram no centro administrativo e rumaram para frente do Piratini. Nas principais cidades do interior, como Pelotas, Santa Maria, Rio Grande, Passo Fundo e Alegrete, o dia também foi marcado por fortíssimas mobilizações.
É preciso dar continuidade desde já às mobilizações do dia 03! Pelo pagamento imediato do salário integral dos funcionários públicos do RS!
Desde já é preciso continuar o processo de mobilização. Precisamos fazer plenárias, assembleias e atos de rua nas regiões que possam canalizar a indignação dos servidores e preparar a derrota do governo. Não podemos ficar semanas esperando datas já marcadas como o dia 18, que é importante, mas não resolve o problema imediato.
Esse processo de mobilizações deve seguir. Podemos sentir no dia a dia das escolas e dos demais locais de trabalho a indignação dos funcionários públicos com a política deste governo. É urgente canalizar e organizar essa revolta desde a base.
O fórum de luta dos sindicatos, oposições sindicais e da esquerda combativa, encabeçado pela CSP-Conlutas/RS e MLS deve transformar sua próxima plenária, no dia 10/08, em um espaço que organize uma agenda de lutas concreta. Não é possível seguir somente o calendário proposto pela CUT e demais burocratas.
Construir atos em unidade com a juventude no dia 11 de agosto!
Os servidores estaduais precisam se unificar à luta dos estudantes, dos técnico-administrativos e dos docentes das universidades no dia 11 de agosto. Temos a possibilidade concreta de construir atos unitários massivos nas principais cidades do estado. É preciso construir plenárias por local de trabalho e assembleias em cada categoria do serviço público estadual para votar a unificação com a mobilização da juventude e repudiar o ajuste fiscal de Sartori e Dilma, para que assim o dia 11 seja fortalecido e se expresse em grandes mobilizações.
Dinheiro tem! É preciso uma ampla campanha pelo Não Pagamento da Dívida fraudulenta que só engorda os cofres dos banqueiros!
A saída de fundo do problema do RS passa pelo problema da dívida com a União. A dívida hoje estimada em R$ 54 bi, leva R$ 280 milhões todo mês do estado retirando os recursos do serviço público gaúcho para encher ainda mais o bolso dos banqueiros. A dívida consome cerca de 15% do orçamento do estado. Esta é a verdadeira explicação da “crise no RS”.
Assim como o ajuste aplicado por Dilma (PT ) em nível nacional, Sartori corta dos servidores, parcela salários, sucateia os serviços públicos para continuar pagando uma dívida fraudulenta com o nosso dinheiro.
Repudiamos os projetos protocolados em regime de urgência pelo governo na assembleia legislativa, que prevê a extinção de fundações públicas como a fundação estadual de Produção e Pesquisa em saúde, fundação zoobotânica e fundação de esporte e lazer. Sartori também prepara ataques na previdência dos servidores, da BM e a venda de parte do Banrisul. Despejar a conta da crise nas costas dos trabalhadores e do conjunto da população não é a solução!
Nesse sentido, apoiamos a proposta do Deputado Estadual Pedro Ruas do PSOL, que colocou a necessidade da criação de uma frente parlamentar pela suspensão e auditoria da dívida pública do RS, proposta que deve ser fortalecida com a mobilização das categorias, apoio dos sindicatos e construção de uma greve geral dos servidores.
CST/PSOL RS - Porto Alegre, 07 de agosto de 2015.