NEM GOVERNISTAS, NEM TUCANOS! FORA TODOS!
PT, PMDB e PSDB não nos representam! Por uma Assembléia Nacional Constituinte pra reorganizar o país
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Derrotar o ajuste e a corrupção de Dilma, Cunha, Aécio e governadores!

A crise política do governo Dilma/Temer avança aceleradamente, sendo que o executivo não possui capacidade de comandar o país. Embates decisivos acontecem e as instituições políticas estão ameaçadas, pois a linha sucessória da velha republica está mergulhada na corrupção e o Congresso não possui legitimidade. Está em debate nos partidos do sistema distintas saídas: “sangrar o governo até 2018”, “impeachment”, “novas eleições”, “unidade PT/PSDB” e “governo conciliador de Temer”. Além de rumores de um possível renuncia de Dilma. Saídas conservadores cuja preocupação é preservar a política neoliberal e o ajuste fiscal de Dilma, do Congresso e dos governadores. O que combina com a defesa das instituições da velha republica de 1988. Algo prejudicial aos interesses dos trabalhadores e do povo. Nesse contexto vão ocorrer os protestos do dia 16 e 20 de agosto, sobre os quais apresentaremos nossa visão, buscando construir uma saída alternativa de esquerda, conectada com as jornadas de junho de 2013 e da onda grevistas de 2014.


Não vamos ao dia 16 com os tucanos!

Sabemos que muitos trabalhadores estão insatisfeitos com o governo do PT e procuram uma alternativa para se opor aos desmandos de Dilma. Na ausência de uma alternativa visível pela esquerda e diante da falta de iniciativas e erros dos setores combativos, muitos trabalhadores acham que o dia 16 pode ser uma alternativa. No entanto, alertamos que uma manifestação construída pelos grupos de direita do facebook e convocada pelo PSDB não pode gestar algo positivo, principalmente, porque está centrada apenas na saída de Dilma para que assuma o vice Michel Temer ou para que ocorram novas eleições e vença Aécio. Ou seja, mudar algo, para que os que sempre governaram mantenham tudo como está. Por outro lado, sabemos muito bem quem são os tucanos. Basta lembrar dos anos de FHC ou verificar os governos atuais de Beto Richa e Alckmin com suas privatizações ou repressão policial.


Não vamos ao dia 20 com os governistas!

O MTST junto com várias organizações governistas, comandadas pelo PT e PCdoB, estão convocando um protesto para o dia 20 de agosto. Essa manifestação, cujo eixo é “por direitos, liberdade e democracia”, possui um viés de defesa do governo Dilma em contraponto ao dia 16 dos tucanos. Tanto é assim que Rui Falcão, o site do PT e o blog de Zé Dirceu convocam o dia 20 para blindar Dilma e Lula diante da crise geral do país. Não é por outro motivo que a cúpula burocrática da CUT, CTB, UNE e MST estão convocando o dia 20, enquanto abandonaram os “dias de luta” de maio sem construir uma greve geral e nada fizeram para apoiar a greve das universidades. Boicotam as lutas para apoiar projetos patronais como o PPE. Ou seja, uma manifestação que pretende defender um governo odiado pela maioria dos trabalhadores, da juventude, das classes médias e do povo pobre brasileiro.


O Governo Dilma é de direita! É impossível disputar seus rumos!

A direção do MTST tenta reeditar a velha linha de disputa dos rumos do governo Dilma, “criticando suas políticas antipopulares”. Pelo importante peso adquirido por este movimento, a partir da justa luta por moradia digna na qual somos parceiros, temos que debater as estratégias que o MTST apresenta. A “disputa dos rumos do governo” é uma orientação conciliadora que foi utilizada pelo PT e PCdoB durante o primeiro mandato de Lula para tentar confundir o movimento de massas. Uma política que não deu certo, pois após 12 anos estamos diante de governos cada vez mais conservadores. Ao mesmo tempo contêm o erro de tratar o PT e o próprio governo Dilma como parte do campo da “esquerda” e não como um inimigo. Um inimigo que integra e defende o sistema capitalista. Por isso, a convocatória do dia 20 declara guerra apenas a Cunha sem citar “Dilma”, se limitando a dar conselhos ao Planalto. Um erro em desconexão com o sentimento das ruas. E para quem tem dúvidas sobre o governo Dilma, basta ver que as principais frações da burguesia estão nele: financeiro, industrial e agronegócio.

Após o descrédito dos governistas, em função do estelionato eleitoral, do ajuste fiscal e por seu envolvimento na corrupção, apenas setores da esquerda podem lançar mão desse velho discurso. Por isso, Lula propôs uma suposta “frente de esquerda contra a direita”, para que novos atores sociais, com influência em setores de massas, incorporassem essa linha funcional ao PT. Infelizmente Guilherme Boulos e a direção do MTST estão errados em sua estratégia, e por conta dela escolheram um lado diante da polarização política atual: em agosto estão ao lado de Lula e dos Lulistas.


Construir um terceiro campo!

A tarefa mais importante, em meio à crise geral do velho regime burguês, é construir um terceiro campo. Não podemos cair na polarização entre petistas e tucanos. A foto de Dilma com governadores, os discursos de Mercadante elogiando o PSDB comprovam que eles possuem acordos fundamentais. No entanto, setores da ala esquerda do PSOL cederam às pressões dos governistas e convocam o dia 20. Um equívoco, sobretudo, para MES e Insurgência, que lideram o campo “Manifesto ao PSOL”, aglutinando a esquerda socialista e democrática do PSOL. No caso do MÊS e da companheira Luciana Genro trata-se de uma contradição, pois falam de construir um terceiro campo, “um novo junho”, “colocar abaixo este regime político e suas instituições”, mas constroem a marcha dos governistas. Algo sem sentido. Esperamos que esses companheiros, com os quais temos inúmeras lutas e bandeiras em comum, reflitam e mudem para que possamos construir efetivamente um terceiro campo. Uma alternativa que necessita do peso político e social dessas duas organizações e de toda a esquerda Psolista. Precisamos construir/fortalecer lideranças e organismos políticos/sociais independentes, vocalizando os interesses dos setores explorados que estão nas ruas, nos piquetes, nas ocupações, com uma estratégia classista e uma orientação de oposição de esquerda ao governo Dilma. Construindo uma alternativa pela esquerda a falsa oposição tucana e outras variantes do próprio sistema. Isso é mais importante diante da crise terminal do governo Dilma. Uma tarefa que poderia ser encabeçado pelas organizações que integram o “Manifesto ao PSOL”.

Ao mesmo tempo concordamos com os encaminhamentos da última reunião do Espaço de Unidade e Ação, conformada pela CSP-CONLUTAS e outras organizações. No manifesto dessa plenária afirma-se que a falência do governo do PT é progressiva e que devemos lutar para que não seja capitalizado pelo PSDB, nem pelo PMDB. Além disso, coloca a necessidade de construir uma alternativa conectada com os interesses da classe trabalhadora. Por isso, chama a INTERSINDICAL, MTST, PSOL, PCB, PSTU, dentre outras organizações, a construir um polo alternativo.

Propomos as organizações que compõe o Espaço de Unidade e Ação, as correntes e parlamentares que compõe o campo “Manifesto ao PSOL” e a outras organizações políticas e sociais que defendam a necessidade de um “terceiro campo”, começar a concretizar essa tarefa no interior da greve das Universidades e dos Servidores Federais, batalhando por seu fortalecimento, tratando de unificar e massificar a greve.


FORA TODOS! Por uma assembleia constituinte livre e soberana!

É preciso explicar aos trabalhadores e setores populares que não se trata de tirar Dilma para que assuma Temer ou para que Aécio e o PSDB volte a governar. Todos eles estão juntos aplicando o mesmo plano de ajuste fiscal contra os trabalhadores e todo estão envolvidos nos esquemas corruptos da operação Lava Jato. Por isso, a esquerda não pode estar colada aos governistas, deve se afastar de Dilma e Lula. Deve estar nas ruas, junto aos grevistas, lutando para colocar todos eles para fora, apresentando um plano econômico alternativo combatendo o ajuste fiscal, a corrupção e lutando pelas pautas vigentes desde as jornadas de junho. Lutar pelo Fora Todos e propor uma Assembleia Nacional Constituinte Livre e Soberana para reorganizar o país sobre novas bases. E concordamos com Vladimir Safatle pois em tal Assembléia “poderiam se apresentar candidatos independentes, fora de partidos políticos, com controle estrito do poder econômico”. Na mobilização para essa Constituinte poderíamos debater a ordem política, econômica e social da republica e poderíamos reverter todas as medidas contrarias aos interesses dos trabalhadores e do povo.


07/08/2015
Corrente Socialista dos Trabalhadores - PSOL

Data de Publicação: 07/08/2015 20:59:06

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