Nesta segunda-feira, 21/09, o Comando Nacional de Greve, por ampla maioria, apenas com voto contrário da UFF, UFOP e ASAV, aprovou aceitar a proposta indecente do governo de reajuste bianual de 5,5% em 2016 e 5% em 2017. Também neste dia tornou-se público a posição do Sinasefe (filiada a Conlutas) de sair da greve e retornar ao trabalho dia 30.
Há menos de uma semana, as assembleias de base da Fasubra, seguindo orientação de seu comando nacional, votou uma contraproposta do governo e exigiu “no mínimo 9,5% em 2016”. O Governo Dilma percebendo que a direção da greve havia baixado muito a cabeça, recuado totalmente na pauta, decidiu lançar um pacote que fez mais ataques aos servidores, entre eles, o fim dos concursos públicos, fim do abono de permanência e só pagar o reajuste em agosto, além de cortar 28 bilhões das áreas sociais.
O argumento usado por todas as correntes, como CUT e CTB, e até mesmo os companheiros da esquerda o VAL e o Base/Conlutas para a saída de greve é: “não conseguiremos arrancar mais nada da Dilma! A correlação de forças não nos ajuda! A categoria não quer mais lutar!
SOMOS CONTRARIO A ACABAR COM A GREVE E ACEITAR ESMOLA
Primeiro, consideramos errado que a direção da Fasubra, que uma semana rejeita a proposta indecente, definindo-se pelo mínimo de 9,5%, para logo em seguida baixar a cabeça e aceitar uma proposta pior, de acordo bianual, que foi a rejeitada.
Segundo, o governo tem lançado duríssimas medidas contra os trabalhadores e o serviço público. Recuar na greve é dizer “Dilma pode seguir desmontando os serviços públicos”. Alguém tem dúvida que sem greve o governo lançará mais medidas contra nós? A guerra é contra o ajuste fiscal de Dilma e Levy, e isso a Direção da Fasubra perdeu de vista.
Terceiro, o governo Dilma, que está com menos de 7% de popularidade, vê as greves e as lutas aumentares. Sendo as greves das Universidades e do INSS símbolos da resistência do funcionalismo, com grande repercussão na imprensa. Somado a estas lutas vemos a poderosa greve dos trabalhadores dos Correios e do funcionalismo do Rio Grande do Sul. O que mostra que vivemos um momento de muita pressão social. E o governo Dilma não suportará por muito tempo a intransigência de quem não negocia, aplica duros ajustes contra os trabalhadores e é responsável pela maior crise da história das universidades, deixando milhares de estudantes sem aula. Para isso, os grevistas deveriam ampliar a denúncia do governo Dilma e o PT, dizendo quem são os culpados de uma greve tão longa. Por isso a greve tem que seguir.
Quarto, o acordo proposto é uma esmola terrível. Enquanto o governo Dilma segue pagando R$ 3 bilhões por dia a banqueiros e segue atolada em escândalo de corrupção, nós somos chamados a nos contentar com as migalhas e ainda pagar mais impostos;
Quinto, se o governo está vulnerável este ano com sua crise política, em 2016, com Olimpíada e Eleição, isto se multiplicará. Fechar esse acordo, é não poder fazer greve no próximo ano. É desperdiçar a oportunidade da luta e ainda respaldar o arrocho salarial.
A obrigação do comando nacional de greve seria procurar o comando de greve dos correios e unificar ações para enfrentar o governo Dilma. Intensificar a campanha na sociedade de que a Pátria Educadora é uma Farsa do PT.
O ato do dia 18/09, em SP, mostrou que há disposição de luta para construir uma alternativa contra a velha direita do PSDB e a nova direita do PT; uma alternativa dos trabalhadores que unifique as greves, no caminho de construir uma Greve Geral e que lute pela suspensão do pagamento da Dívida Pública, e destinar esse dinheiro para reajustar o salário dos servidores, investir na saúde, educação e moradia.
Sendo assim, nós, da corrente sindical "o Combate", estaremos em cada assembleia defendendo a continuidade da greve e que não se assine esse acordo de esmola que só facilitará a vida e o ajuste fiscal do governo Dilma.