Saída de Clécio e Randolfe é a principal derrota da Unidade Socialista
A saída de Randolfe Rodrigues e do Prefeito Clécio Luís do PSOL foi a principal derrota que a Unidade Socialista sofreu nos últimos anos. E ocorre justamente as vésperas da realização do 5º Congresso Nacional do PSOL, quando se confirma que o Manifesto ao PSOL (Bloco de Esquerda e PSOL Necessário) elegeram a maioria dos delegados. Mas, não nos surpreende o que ocorreu, pois é fruto de uma política liquidacionista e burocrática da Unidade Socialista, que para ter parlamentares e manter o controle da maioria da direção do partido, a qualquer custo, lança mão de políticas que vão na contramão do projeto originário do PSOL.
Por isso, o presidente do PSOL, Luís Araújo, ficou calado, quando o Bloco de Esquerda lhe enviou uma carta cobrando explicações sobre o que já vinha saindo na imprensa a respeito da saída de Clécio e Randolfe. O que sem dúvida configura uma manobra da US, que junto com eles, se apoiou no aparelho da prefeitura para tentar ganhar o Congresso do Partido.
Por isso, as práticas políticas e metodológicas de Clécio e Randolfe não são isoladas. Elas são parte do projeto da Unidade Socialista. Há alguns anos pedimos Comissão de Ética para Randolfe pelos seus conchavos com setores da burguesia, mas deu em NADA! Por isso, hoje não nos surpreende o seu destino. Randolfe se elegeu senador em alianças com o PTB de Lucas Barreto e Renato Jefferson; subiu na Tribuna para fazer elogios a Rede Globo; fez campanha para o candidato do PT no Acre e em plenas jornadas de junho foi tirar foto com Dilma!
Clécio foi um prefeito igual aos demais: administrou a crise capitalista e não se enfrentou com o ajuste fiscal de Dilma; se elegeu com o apoio da velha direita, PSDB e DEM, e hoje governa com a nova direita do PT; tem como Secretaria Municipal de Educação a petista Dalva Figueiredo e na última greve dos Professores do Município entrou com interdito proibitório contra os grevistas. E renuncia ao PSOL para se jogar nos braços do governo Federal!
Isso tem que servir de aprendizado para todo o partido. Pois não se pode ser de esquerda, aplicando e atuando com os mesmos métodos da velha política. Ou se acaba com as alianças com partidos e legendas da burguesia, rompendo com os métodos desta democracia corrupta e se inicia um processo de ruptura anticapitalista, ou inevitavelmente a esquerda vai trair suas bandeiras e aplicar exatamente aquilo que sempre condenamos: atacar os direitos dos trabalhadores e do povo.
Construir uma nova direção para o PSOL!
Cabe ao Bloco de Esquerda e aos companheiros do Manifesto ao PSOL construir uma nova direção democrática para o partido. E diante do aprofundamento da crise politica do regime, da crise do PT, da Dilma, do Lula e das velhas direções traidoras, o PSOL tem que se apresentar como alternativa frente a tudo isso.
Por isso, o Manifesto ao PSOL tem uma grande responsabilidade, batalhar no Congresso para reafirmar o Partido como uma alternativa de esquerda e anti-capitalista. Junto com isso devemos fazer uma grande unidade para impedir os métodos alheios a um partido de esquerda, garantindo a mais ampla democracia interna. Por isso, não podemos deixar que delegados ilegítimos decidam os destinos do partido.
Fortalecer o PSOL contra o ajuste fiscal do PT, PMDB e do PSDB, vinculado as lutas e greves, que ajude na construção de um terceiro campo junto ao PCB e o PSTU.