O PSOL realizou nos dias 17 e 18 de outubro o Congresso Estadual do
partido, para eleger uma nova direção partidária e eleger os delegados
estaduais rumo ao V Congresso Nacional do PSOL.


Antes de iniciar a programação o congresso passou por um impasse, pois os
representantes das teses da Unidade Socialista e do PSOL Necessário eram
contrários ao credenciamento de praticamente metade dos delegados do
estado, a partir de um golpe articulada nacionalmente pela US. Sem acordo,
a decisão foi aberta ao plenário, que após a defesa de tese aprovou por
maioria o credenciamento de todos os delegados.


Nas defesas de teses foram evidenciados projetos antagônicos de partido e
de visões sobre a situação politica do país. Por um lado a US reivindicando
a inserção do PSOL na "Frente do Povo Sem Medo" em aliança com setores
pró-governo e também defendendo a política de ampliação do leque de
alianças para fora do nosso marco de classe.


Nós da CST, por meio de nossa companheira Rana, defendemos a necessidade da
construção de uma alternativa independente que aponte para uma saída pela
esquerda frente à crise social e politica, defendendo que o PSOL deve ser
protagonista na organização de um terceiro campo que enfrente o ajuste e
rejeite alianças com o PT/PCdoB seja nas ruas ou nas eleições de 2016,
refletida na resolução política proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada
pela maioria dos delegados e buscando mostrar que os golpes da US contra a
militância do partido está vinculado a seu projeto de partido burocratizado
e colado aos governistas.


No Bloco de Esquerda os companheiros da Insurgência focaram sua defesa
centralmente nas pautas feminista, ecológica, LGBT, e na democracia
partidária. Os companheiros do MES trataram da fundação do PSOL, o papel
dos radicais, o significado histórico das jornadas de junho e o período que
se abriu desde então, bem como do papel cumprido pela campanha de Luciana
Genro em 2014, tocando também na democracia partidária.


Infelizmente os companheiros do PSOL Necessário/MG, cuja maior parte dos
integrantes em nível nacional assinam o documento "Manifesto ao PSOL"
cumpriram o papel de fortalecer a Unidade Socialista, fazendo chapa
conjunta para eleição de direção do partido e praticamente utilizando suas
falas para atacar apenas o Bloco de Esquerda, centralmente os companheiros
da Insurgência. Sem criticar, em nenhum momento as monstruosidades da
US que dirige o partido nacionalmente e que articula um golpe contra a
democracia partidária em todo país. Sem dúvida esse posicionamento indica a
decadência em que se encontra os companheiros do ex-Isegoria, grupo que
atravessa uma forte crise e desintegração, padecendo de uma falência
ideológica, política e programática. Chega a ser inusitado que uma corrente
que nasceu e vivia repetindo a importância dos "métodos" hoje termine
aliada a US cujos métodos truculentos são uma constante.


O grande vitorioso do Congresso foi o Bloco de Esquerda e a militância do
PSOL, que com ampla maioria dos delegados presentes derrotaram a política
burocrática e pró-governista da US. Elegendo uma nova direção para o PSOL
Minas Gerais, garantindo maioria absoluta do Bloco de Esquerda, com uma
nova presidenta a companheira Sara Azevedo do MES. Em Minas Gerais o PSOL
seguirá se apresentando como alternativa socialista aos lutadores e
lutadoras de todo o estado.


Nós da CST garantimos uma expressiva delegação (14 delegados de um total de
56 de todo bloco de esquerda), composta por uma juventude indignada que
integra do DCE da UFMG, a oposição do DCE/UFU, Grêmio da FUNEC Contagem,
estudantes secundaristas de Belo Horizonte e Uberlândia, uma juventude que
esteve na greve dos operadores de telemarketing da Contax e no apoio na
greve dos SPF´s, além de sindicalistas e ativistas sociais de Barbacena/MG.
Peso politico e social que nos garantiu presença na executiva estadual do
partido e um delegado nacional, refletindo um acerto na aposta da
construção de um partido que sirva enquanto uma alternativa socialista aos
lutadores e lutadoras de todo o estado.