Unidade Socialista frauda para impor uma política oportunista no PSOL!
Fonte: Executivo Nacional da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST-PSOL)
Na quarta-feira (4) ocorreu uma nova reunião da comissão organizadora do congresso do PSOL. A absurda posição da Unidade Socialista (campo encabeçado pelo presidente do PSOL, Luiz Araújo, e os deputados Ivan Valente, Edmilson Rodrigues e Edilson Silva) de só reconhecer a parte do regimento que lhes favorecia, na reunião de quarta avançou para a fraude das atas. Um método de “dar inveja” em qualquer burocrata petista.
O exemplo de São Paulo é emblemático. Neste estado, onde já ocorreu o Congresso Estadual, a US decidiu “recuperar” uma plenária que não obteve quórum e que nem havia ata, mudando o quórum e a delegação votada no congresso, apresentando ontem na comissão a famosa “ata”. Ganharam assim, no tapetão, retroativamente, mais um delegado, se lixando para as votações reais feitas pela base. Um verdadeiro escândalo! Ou seja, a US não terá limites para impor uma maioria que não existe. Seu agrupamento não aceita ser minoria e por isso utiliza fraudes dentro do partido. Faz isso, ao mesmo tempo em que ataca a base militante, derrubando plenárias e retirando os direitos políticos dos militantes que não são do seu campo político. Há ainda inúmeras outras monstruosidades realizada pela US, todas denunciadas pelos nossos representantes do Bloco de Esquerda na Comissão de Credenciamento.


Todo método está a serviço de uma política: A US quer domesticar o PSOL para que nosso partido integre o bloco petista


A US quer impor uma maioria burocrática para seguir controlando o aparelho do partido e através disso impor sua política de capitulação ao PT e ao governo Dilma e a outros partidos de direita. Não à toa, os dirigentes da US nunca colocam o governo petista como um inimigo da nossa classe. Não à toa, Edmilson Rodrigues, quando candidato a prefeito nas últimas eleições de 2012, colocou Dilma e Lula no seu programa de televisão, utilizando o espaço do PSOL para fortalecer o Governo Dilma e o PT.

Não por acaso defenderam as posições governistas do Senador Randolfe, desde sua integração na base aliada de Dilma, sua foto com a presidenta em plena Jornada de Junho e o apoio eleitoral ao PT do Acre. Ou seja, preferem ligar o PSOL a um governo petista que possui apenas 9% de aprovação do que se vincular aos mais de 90% que repudiam esse governo. Sendo que dentre esses 90% há um setor de massas de trabalhadores, jovens e setores populares que estão em luta contra o governo Dilma. Trata-se, portanto, de um projeto que joga o PSOL no gueto petista, no “volume morto” Lulista, ao invés de conectar o PSOL ao sentimento majoritário no movimento de massas, que desde junho de 2013 aprofunda uma ruptura política progressiva com o PT.

Mas sem dúvida a prefeitura de Macapá é o que melhor expressa a estratégia política da US, já que essa administração era apresentada como “o exemplo a ser seguido”. Eleita por meio de alianças com partidos da direita e da oligarquia governou sempre em unidade com o governo federal sem jamais criticar o governo petista. E o pior é que a prefeitura de Macapá reprimiu a greve dos trabalhadores da educação e aplica um duro ajuste fiscal contra o povo da cidade. Mesmo após a ruptura do prefeito com o PSOL e suas negociações com o PSD de Kassab e o PCdoB de Aldo Rebelo, a US segue com cargos naquele governo. O acordo feito com Clécio foi claro, ele se manteve no PSOL e utilizou o aparato da prefeitura para mobilizar filiados para votar nos delegados da US. Hoje, após sua saída do partido, tem o PSOL de Macapá dirigido pela US como um aliado político, em troca de cargos e futuros acordos eleitorais fisiológicos. É para aprofundar essa política oportunista que eles estão fraudando descaradamente nosso congresso, comprometendo totalmente sua legalidade e legitimidade.

Se alguém ainda tem dúvidas acerca da ligação entre o autoritarismo fraudulento e a linha política e programática, basta analisar o arco de alianças votado pela US no Congresso de São Paulo. O agrupamento de Ivan Valente aprovou uma resolução que permitirá alianças com o PT, PSB e a própria Rede (partido burguês recém fundado por Marina Silva com o apoio financeiro e político de donos do Itaú). Ou seja, utilizar a marca de coerência do PSOL para se aliar com o corrupto e decadente PT e um partido financiado pelos banqueiros: esta é a política da US para as eleições 2016. E para isso que eles destruindo a democracia partidária e desrespeitando a militância de base. É por isso que desejam esmagar o polo de resistência: o bloco de esquerda. É por isso que eles não aceitam correntes e parlamentares que defendem a democracia interna no PSOL.


É preciso uma rebelião da base partidária para dizer: Basta do “tapetão” da US!


Não é possível aceitar esse método. As correntes do bloco de esquerda estão combatendo as fraudes e defendem o regimento tal qual foi votado pelo diretório nacional. A burocracia da US, precisa ser derrotada para que o PSOL volte a ter congressos com um funcionamento democrático. Mais do que nunca é preciso defender o PSOL que esses burocratas querem desfigurar. Durante várias vezes na história do nosso partido a mobilização da militância do PSOL conseguiu importantes vitórias. O mais recente que podemos citar é a desistência de Randolfe Rodrigues de ser candidato pelo PSOL após o imenso rechaço da base partidária.

Também foi pela imensa rebelião de base que o PSOL não apoiou Marina Silva nas eleições de 2010. Não temos dúvidas que Plínio e Luciana Genro foram candidatos pelo PSOL em campanhas que foram vitoriosas para o partido graças à militância da base partidária. Não podemos aceitar as fraudes e que a US rasgue a parte do regimento que não lhes convém. Para isso é preciso uma nova rebelião. Precisamos utilizar de todos os procedimentos necessários para barrar a fraude desta burocracia.

Nesse sentido é fundamental a votação ocorrida ontem na Executiva Estadual do PSOL-RJ onde os companheiros do Bloco de Esquerda e do PSOL Necessário votaram reconhecer a vontade da base partidária e validar todas as plenárias realizadas. Ou seja, não aceitar a tentativa de derrubada de cerca de 30% das plenárias do RJ que a US quer impor. Esse é o exemplo a ser seguido em todos os estados onde o Bloco de Esquerda é maioria na executiva estadual, buscando unidade com o PSOL Necessário. É preciso fazer o mesmo no Rio Grande do Sul. É preciso enviar apenas a ata com todos os delegados eleitos do congresso de MG.

-> Em defesa do PSOL! Não aceitaremos fraudes da Unidade Socialista! Não aceitaremos derrubadas de plenárias realizadas democraticamente dentro do regimento!

-> Por um congresso de verdade: democrático e sem golpes!

-> Por uma nova direção para o PSOL: Unidade do Bloco de Esquerda e do PSOL Necessário, com Chico ou Milton Temer presidente!


05/11/2015
Corrente Socialista dos Trabalhadores - PSOL
Data de Publicação: 05/11/2015 16:53:23

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