Esta semana a luta contra o projeto do governo estadual, batizado pelxs manifestantes como (des)organização escolar, assumiu um outro patamar. As ocupações das escolas foram inauguradas pelxs estudantes da E E Fernão Dias, e no momento em que escrevemos já temos seis escolas ocupadas. É preciso seguir este exemplo para derrotar Alckmin e o desmonte da educação.


O projeto de Alckmin acelera o desmonte da educação pública


O projeto do governo estadual prevê o fechamento de 94 escolas e a divisão das atuais escolas em “ciclos” de ensino infantil, fundamental e médio. Com essa medida na verdade o governo visa o desmonte da educação, pois serão fechadas milhares de salas de aula, aumentará (ainda mais!) o número de alunos por turma e deve provocar a demissão de muitxs professorxs. 311 mil estudantes serão afetadxs pela medida. No fundo o objetivo é um só, cortar verbas da educação pública. Assim como Dilma em nível nacional, onde foram cortados mais de 10,2 bilhões da educação, Alckmin aqui em SP corta da educação para aplicar um ajuste fiscal que somente serve para manter os lucros dos grandes empresários. Esse fatos mostram como o governo PT/PMDB aplica a mesma política dos governos do PSDB, sendo absurdo que os burocratas governistas da direção da UNE e UBES tentem blindar o governo Dilma.


Ocupar as escolas, construir o futuro!


Após a Fernão ser ocupada, já temos mais cinco escolas que estão em luta através da ocupação estudantil. Escola Diadema na cidade de Diadema, Salvador Allende na Zona Leste, Valdomiro Silveiro em Santo André e Heloísa Assumpção em Osasco e a Castro Alves na Zona Norte. Esse fato é fundamental, pois coloca ainda mais claramente a indignação dxs estudantes com o projeto de Alckmin e a possibilidade de derrotar a política do governo. Acreditamos que hoje o necessário para que esta luta triunfe é a ocupação das centenas de escolas que estão sendo atingidas pelo projeto do governo. Durante a quarta manifestação contra o fechamento das escolas, no dia 20, a direção do MTST declarou que “Vamos parar escolas, estradas, o que for preciso para barrar a medida. Mas se o governador fechar alguma unidade, vamos ocupar e pôr para funcionar”. Apoiamos essa proposta e propomos que os secundaristas e o MTST organizem uma plenária estudantil, popular e sindical para concretizar essa ação, colocando as escolas pra funcionar sob a direção da comunidade escolar.


Não à repressão contra as ocupações!


Esse governador canalha sabe que se houver muitas escolas ocupadas seu plano vai por água abaixo, e por isso orienta a repressão contra xs estudantes. Centenas de policiais estão cercando as escolas ocupadas neste momento. Alckmin entrou com uma liminar exigindo a “reintegração” da escola Fernão Dias. O juiz, sem escrúpulos se colocou ao lado do governo, dizendo inclusive que “se for necessário” irão reintegrar à força.
Mais do que nunca é preciso cercar esta ocupação de solidariedade. Nós da Juventude Vamos à Luta (CST-PSOL) estivemos desde o primeiro dia na Fernão Dias, conversando com estudantes, levando nossa solidariedade e contribuindo também com mantimentos para os ocupantes. Os sindicatos em especial a APEOESP, o MTST, os partidos de esquerda, parlamentares, DCEs, Grêmios Estudantis, o MPL, e todas as demais entidades dos movimentos sociais, como a CSP-CONLUTAS e INTERSINDICAL, devem se colocar à disposição do fortalecimento e ampliação desta luta. Neste sentido foi importante o exemplo da participação do companheiro Carlos Giannazi, deputado estadual pelo PSOL, que inclusive acionou uma liminar para que pudesse entrar na escola e conversar com os estudantes que estão ocupando. Ressaltamos também a importância de apoios como o ator Paschoal da Conceição, um dos integrantes do elenco do Castelo Ra-Tim-Bum.
Entendemos que é importante buscar a unidade com as mulheres que tomam as ruas pela fora cunha e em defesa das pautas feministas, com os petroleiros que estão em uma forte greve nacional e outros movimentos em luta, para garantir a vitória dessas mobilizações.

-Todo apoio às ocupações de escola!
-Ocupar as escolas até derrotar o projeto de (des)organização!
-Que o MTST e os secundaristas organizem uma plenária para ocupar e pôr pra funcionar as escolas!
-Viva a luta dxs secundaristas de São Paulo!
-Unificar as lutas, manifestações e greves em São Paulo!

São Paulo, 13 de novembro de 2015