Reunião da Executiva Nacional do PSOL (09/04) | Proposta alternativa de conjuntura

A reunião da Executiva Nacional do PSOL, realizada no dia 09/04, em São Paulo, deliberou uma resolução de conjuntura que certamente será publicada no site oficial do partido. Discordamos desse texto pois ele mantem os erros políticos e de orientação visualizados no mês de março. Em meio à crise geral do país, o campo majoritário do PSOL acentua sua integração no campo Lulista, no bloco parlamentar com PT e PCdoB e numa frente social e política com os governistas. Um erro cujas consequências são catastróficas para a esquerda brasileira.

Em contraponto, nós da CST apresentamos e votamos uma resolução para rearmar globalmente o PSOL, retomando seu caráter de oposição de esquerda. Esperamos que possamos unificar, nos estados e municípios, todos e todas que não aceitam o PSOL como linha auxiliar do PT, independente das saídas que cada corrente ou dirigente defende.

Abaixo a resolução da CST:

Considerando que:

1- Avança a crise econômica, social e política que vive o país.
2- Há uma forte disputa entre os campos liderados por PT e PSDB ao redor do impeachment no congresso nacional corrupto.
3- Com Dilma, Temer ou Aécio o país seguira na rota do aprofundamento do ajuste fiscal e da tentativa de abafar os escândalos de corrupção.
4- O governo do PT, com a cumplicidade do PMDB e do PSDB, continua aplicando medidas contra o povo trabalhador por meio da lei antiterrorismo, de um brutal pacote fiscal via PLP 257 e um novo corte de verbas das áreas sociais, medidas que configuram o verdadeiro golpe contra o povo. Ataques que geram um importante processo de luta em vários estados, cuja maior expressão é a greve dos professores e demais categorias do Rio de Janeiro, juntamente com mobilizações secundaristas.
5- A maioria do movimento de massas rompeu com o governo Dilma, Lula e o PT, fruto da traição que essas lideranças vem realizando ao longo dos últimos anos, do conjunto de ataques aos direitos sociais implementados no atual mandato de Dilma e o estelionato eleitoral de 2014. Processo de rejeição que também atinge as falsas alternativas da velha direita tucana e Pmdbistas como Eduardo Cunha.
6- Existe um debate nas várias frações da burguesia e na cúpula dos maiores partidos da ordem, sobre uma espécie de “acordo ou conciliação nacional”, visando resolver a crise de costas para o povo, mudando algo para que tudo permaneça como está.
7- Não há um polo efetivo de oposição de esquerda consequente no país centralmente porque as maiores lideranças de esquerda decidiram compor o campo Lulista. A direção do PSOL transformou nosso partido em linha auxiliar do PT no congresso nacional e nas manifestações em defesa do mandato de Dilma e em defesa de Lula, atuando de forma entusiasmada nessas atividades com parlamentares, dirigentes políticos, faixas e adesivos. Ao invés de ter como prioridade de atuação as lutas do povo trabalhador e da juventude, onde a atuação desses mesmo setor é tímida, institucional ou diretamente nula.
8- Essa atuação dividiu o partido, pois há um amplo setor de dirigentes, parlamentares, militantes de base, ativistas dos movimentos sociais que divergem dessa linha e não integram o campo Lulista, nem aceitam que o PSOL seja linha auxiliar do PT.

Resolve:

a) Retomar o papel de oposição de esquerda programática do PSOL na presente conjuntura, o que significa abandonar o bloco parlamentar dos governistas e romper a frente social e política com o PT e o PCdoB. Deixando de participar de atos em defesa do mandado de Dilma.
b) Fortalecer esse perfil de oposição de esquerda intervindo nas lutas, atuando nas greves e mobilizações sociais, combatendo os ataques de Dilma, Temer, Cunha, Renan Aécio, etc, governadores e prefeitos.
c) Convocar organizações sindicais, estudantis e populares – PSTU, PCB, PCR, CSP-CONLUTAS, INTERSINDICAL, ANEL e Oposição de Esquerda da UNE, sindicatos combativos, grêmios estudantis, movimentos populares – para uma reunião nacional para construir um novo bloco social e político com as organizações que não estão no campo do PT, PMDB e PSDB.
d) Na votação do impeachment na câmara dos deputados, não votar junto com os campos do PT ou da oposição tucana. Orientando ao nossos parlamentares a se abster, evidenciando nossa postura independente.
e) Convocar o diretório nacional, estaduais e municipais a realizar um profundo debate sobre as saídas pela crise, convocando plenárias de base nos municípios.

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