Em defesa do povo palestino, eleger Marcelo Freixo Prefeito e enfrentar Temer para barrar a PEC-241

Nestes dias em que estamos enfrentando o PRB, os Garotinho, Índio da Costa e o desembarque de praticamente todo o PMDB na campanha de Crivella, voltaram com força desproporcional e desnecessária as polêmicas que existem entre nós acerca do caráter do Estado de Israel e da solidariedade ao povo palestino. O primeiro e mais importante é ressaltarmos que mantemos nossa integral defesa dos direitos humanos em todo o mundo, portanto, mantemos nossa solidariedade total e irrestrita ao povo palestino e o nosso repúdio ao apartheid imposto pelo Estado de Israel. Em resumo, não abandonamos a causa palestina.

Dito isso, esclarecemos que:

1 – A militância psolista precisa saber que a direção da CST foi surpreendida com um ataque ao companheiro Babá no site oficial da campanha majoritária no início do segundo turno. Na resposta do ponto “Freixo queimou bandeira de Israel?”, a coordenação de campanha lançou um post onde tenta culpar o companheiro Babá por ter participado de uma ação coletiva realizada para repudiar o massacre perpetrado pelo estado sionista de Israel contra a população palestina no ano 2009. De forma descontextualizada, o post acaba por reforçar a ideia de um suposto antissemitismo de nossa parte, como fosse um ato isolado de Babá e não uma ação do conjunto do ativismo mundial.

Em um e-mail cuidadoso, enviado apenas para os dirigentes partidários do RJ, solicitamos a retirada da menção que se fazia à Babá, sem prejuízo que se esclarecessem as posições de Freixo. Algo muito simples. Nunca obtivemos resposta, nem positiva, nem negativa, nenhuma linha sequer, e ao mesmo tempo os ataques à Babá e às nossas posições políticas cresceram de forma aguda. Milhares de pessoas visualizaram a postagem e, animados pela postagem do nosso próprio partido, do nosso candidato, os ataques do sionismo foram aumentando. Ocorre agora uma inversão completa dos fatos: dirigentes e figuras públicas utilizam suas redes sociais para se solidarizar com Israel, mais precisamente contra postagens que supostamente “desqualificam Israel”. Nenhuma palavra sobre os palestinos, sobre os massacres que sofrem diariamente pelas mãos do Estado Terrorista de Israel.

Trata-se de uma deturpação. Não vemos que hoje, o problema seja a existência de “antissemitismo na esquerda”. Repudiamos a velha tática do sionismo de tentar confundir antisionismo com antissemitismo. Se houver antissemitismo na esquerda ou em qualquer lugar, este deve ser combatido com força. De nossa parte, seguimos crendo que o grande e urgente problema é que há mais de 60 anos um povo vive oprimido, aprisionado e massacrado por um Estado não laico, que usurpou suas terras desde 1948 e se dedicou a massacrar o povo palestino, antigo e legítimo habitante da região.

Palestina

Imagem mostra a invasão das terras da Palestina por Israel desde 1947

Foi irresponsável servir de correia de transmissão dessas posições e prejudicar a campanha. Crivella, a IURD e os setores do sionismo com quem eles têm relação íntima e orgânica, saem fortalecidos e a polêmica chegou até as páginas de o Globo.

2 – Em hipótese alguma temos a intenção de transformar este debate no centro da disputa eleitoral do segundo turno. Apenas, como nos é de direito e da nossa tradição, publicamos um pequeno artigo assinado por Miguel Lamas, dirigente da UIT-QI (Unidade Internacional dos Trabalhadores) em nosso site acerca das posições que temos sobre o papel político que Shimon Peres cumpriu. Assim também fizeram de maneira semelhante o PCB que compõe nossa coligação, os companheiros do movimento MAIS, no texto do companheiro Waldo Mermelstein e o próprio Milton Temer, nosso companheiro de fundação de partido.

3 – Não cairemos em nenhuma armadilha e, sem prejuízo algum das nossas posições, conclamamos todos os setores a fechar fileiras na campanha para eleger Marcelo Freixo, lotarmos os comícios, inundarmos as redes, massificarmos as manifestações que estão previstas contra a PEC 241 e todos os demais ataques do governo Temer e contra o projeto de cidade patronal e excludente que uma vitória de Crivella deve significar para a nossa cidade;

4 – Não aceitaremos de maneira alguma a intervenção e a pressão sobre o PSOL e sobre nossas posições políticas de entidades e federações, como a FIERJ, com caráter de classe bastante explícitos e inequívocos. Quem manda em nosso partido é a base e a militância que repudia e rejeita amplamente o apartheid palestino imposto por Israel, conforme nosso programa fundacional que define: “o Estado de Israel pratica terrorismo de estado contra os palestinos”, e demais resoluções posteriores;

5 – Por fim, é imperioso um debate sério, qualificado, fraterno, que supere as caricaturas das posições, nas fileiras do PSOL-RJ e de toda a esquerda sobre estes temas em que temos acumulado diferenças. Propomos que tão logo passe o segundo turno realizemos um seminário com a exposição de todas as posições existentes. É necessário que o companheiro Jean, Marcelo, os setores que se reivindicam do sionismo, assim como aqueles que não o reivindicam e todos e quantos mais que tenham posições acerca do tema se disponham a sentar junto com a militância e debater tais questões, o que certamente irão fortalecer nossas resoluções e nossa construção partidária. A CST certamente estará presente.


Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST/PSOL
Unidade Internacional dos Trabalhadores – UIT/QI

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