RS: As greves crescem! É preciso impulsionar uma greve geral do serviço público gaúcho!

 

Matheus Schneider – Diretor do 39° Núcleo do CPERS

Bianca Damacena – Professora da Escola Oscar Tollens

Semana passada a greve dos educadores gaúchos completou um mês. A adesão à greve segue bastante forte por todos os cantos do estado do Rio Grande do Sul, com cerca de 70% de adesão. Nem as constantes ameaças do governador, como a tentativa de viabilizar a demissão de milhares de professores contratados, foi suficiente para enfraquecer a nossa greve. Na semana passada, o movimento que estamos construindo contra os governos que retiram direitos ganhou um enorme reforço, a forte categoria dos municipários de Porto Alegre entrou em greve contra a política de austeridade promovida pelo prefeito Marchezan (PSDB). Outras categorias do serviço público estadual já estão em greve ou vão entrar na próxima semana, como os trabalhadores da PROCERGS e da Polícia Civil, respectivamente. Os rodoviários da Carris, também começaram seu calendário de mobilização contra a privatização da empresa.  Ou seja, as lutas contra os governos estão crescendo no estado, e nossa tarefa é garantir seu fortalecimento e sua ampliação, para assim estarmos em melhores condições de impor derrotas a essas quadrilhas que roubam direitos dos trabalhadores e do povo, governando para o grande empresariado.

Nós, professores da Combate Classista e pela Base, acreditamos que é preciso impulsionar nos próximos dias uma grande greve geral do serviço público gaúcho, para barrar de vez o desmonte que os governos estão promovendo.

O povo trabalhador segue firme apoiando os grevistas

Um dos fenômenos da greve da educação gaúcha é o amplo apoio popular. Temos visto isso nos pedágios que temos feito, conversando com a população e também nas reuniões com a comunidade escolar que ocorreram em diversas escolas por todo o estado.  Em geral, o apoio tem sido muito forte. A justa indignação popular contra os governos que roubam dinheiro público e destroem direitos, tem nos favorecido muito. Em um momento de crise política e econômica, onde somos governados por verdadeiras quadrilhas, e onde a receita de todos os governos é a retirada de direitos e o ataque contra o nível de vida do povo,  poder contar com o apoio da maioria da população é decisivo para o triunfo de qualquer greve.

Chega de paralisia: As direções das centrais e dos sindicatos devem impulsionar a greve geral do serviço público gaúcho

Com a entrada em greve dos municipários de POA, da Procergs e da Polícia Civil, a nossa luta assume outro patamar. Hoje, todas as categorias do serviço público estão sendo duramente atacadas pelos governos. O parcelamento de salários, combinado com a precarização das condições de trabalho se generalizou. Por isso, não podemos perder tempo. É preciso uma greve geral de todo serviço público do estado do Rio Grande do Sul.
Há uma grande contradição em curso na nossa luta. A disposição que existe na base das categorias, de enfrentar os governos e os ataques, não se reflete nas cúpulas sindicais, que seguem freando as lutas como podem. Infelizmente as direções da maioria dos sindicatos e das grandes centrais sindicais como a CUT, Força Sindical e CTB, não tem feito praticamente nada para impulsionar um grande movimento unificado de todas as categorias. Mas, mesmo assim, por pressão da base, importantes categorias estão se somando ao movimento de greve. A direção central do CPERS, após dois anos de paralisia quase total, tampouco impulsiona um apoio mais amplo e a unificação com outras categorias. Nesse sentido exigimos que as centrais sindicais e as direções dos sindicatos dos serviços públicos, impulsionem um fórum amplo dos servidores gaúchos e marquem imediatamente uma data para iniciar uma greve geral por tempo indeterminado do serviço público. Com uma greve de todos servidores, combinada com ações de rua (atos, manifestações, trancaços), estaremos muito mais fortes para impor uma derrota ao governador Sartori e a prefeitos que, como Marchezan, querem destruir os serviços públicos e os direitos daqueles que como nós, prestam o serviço à população.

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