Metrô SP: Dória entrega a Linha 15 para os financiadores do PSDB

Dia 11/03 um novo escândalo envolvendo o patrimônio público ocorreu. O Leilão da Linha 15 – Prata do Metrô de São Paulo foi um jogo de cartas marcadas. Dória e os tucanos entregaram essa linha por apenas 3% do valor que foi investido pelo estado. Com dinheiro público, gastaram R$5,2 bilhões na construção da linha e a entregaram por R$159 milhões.

As relações dos tucanos com a CCR

Devido a inúmeros escândalos de corrupção já veiculados na imprensa, a relação dos tucanos com a CCR é conhecida por muitos. Dezenas de milhões de reais foram pagos pela CCR ao PSDB nas cinco últimas campanhas presidenciais e estaduais. Recentemente, a CCR foi condenada no Paraná após reconhecer pagamento de propina para agentes do PSDB que operaram a privatização de estradas. Esse “grupo empresarial” é na verdade uma quadrilha, que compra políticos para que esses privatizem o patrimônio público e entreguem nas suas mãos.
Somente em São Paulo, essa quadrilha pagou R$30 milhões para ex-deputados e ex-governadores em caixa 2 no período de 2009 a 2013. Na lista estão políticos vinculados ao PSDB, MDB, PTB e também ao PT.

Mais prejuízo para o Metrô público, mais dinheiro na mão da CCR

O estado construiu a Linha 4 – Amarela e depois os tucanos a entregaram para a CCR. Hoje, o prejuízo que o Metrô público tem para manter os lucros dos acionistas da CCR, é de R$2,3 milhões ao mês. Ou seja, por ano, mais de R$27 milhões de reais são entregues para essa empresa corrupta deixando de ser investidos em melhoras para o sistema de transporte de São Paulo. Esse é o modelo de gestão tucana que agora Dória quer aprofundar.
Agora, com Linha 5 e a Linha 15 também nas mãos dessa quadrilha, só podemos esperar mais prejuízos para o patrimônio público. Ou seja, os impostos pagos pela população não serão investidos em melhoras no transporte, serão entregues para a CCR, que por sua vez deve seguir repassando uma parte aos tucanos em forma de “doações”.

A Direção Majoritária do Sindicato não esteve à altura da defesa do Metrô Público

Infelizmente a Direção Majoritária do Sindicato dos Metroviários (CTB/Chega de Sufoco) não esteve à altura da luta em defesa da Linha 15. O processo anterior de mobilização da nossa categoria (contra a demissão do Operador de Trem Joaquim e em defesa da escala de 36hs), marcado por uma alta adesão dos trabalhadores à retirada de uniforme e uso de adesivo, foi afundado pela atual direção majoritária do sindicato. Isso significou um “balde de água fria” na categoria. Ao invés de manter a mobilização para preparar uma forte greve no dia do Leilão da Linha 15, apostaram que a entrega poderia ser adiada sem nenhum fato que assim o comprovasse.
Desde janeiro, em todas as assembleias nós do Combate e diversas agrupamentos da categoria diziam que era preciso preparar a luta em defesa da Linha 15 em março. Em novembro de 2018 o próprio governo estadual marcou o leilão para março. Ou seja, a atual direção majoritária dizer que “não sabia” que o leilão seria por esses dias, é mentir para a categoria.

Retomar a luta em defesa do Metrô Estatal

A campanha salarial será um momento chave para organizar a categoria e fazer uma ampla campanha contra as privatizações e terceirizações em defesa do Metrô Público. Um momento para denunciar junto à população os fortes esquemas de corrupção que estão por trás das privatizações, da CCR e dos tucanos. Em vários países do mundo, sobretudo na Europa, dezenas empresas que foram privatizadas há alguns anos estão em processo de reestatização. Esse é um exemplo que temos que utilizar para a nossa luta aqui.
Para essa grande campanha que temos que fazer, é preciso organzizar pela base a categoria. A estratégia da direção majoritária do sindicato de somente apostar nas negociações pela cúpula com a empresa fracassou. Estamos perdendo mais centenas de postos de trabalho e direitos históricos como a escala base. A atual direção do metro foi colocada lá com o objetivo de tirar nossos direitos, destruir a categoria, e pavimentar o caminho da privatização total do metrô. Por isso é preciso organizar um forte enfrentamento à direção da empresa, construindo pela base a campanha salarial se apoiando nos cipistas e ativistas de cada área da empresa, com setoriais e presença cotidiana dos diretores do sindicato na base (o que praticamente não vemos hoje, salvo raras exceções).

Combate Metroviário

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