Quem mandou matar Marielle?

É preciso prender os mandantes do crime!

A Polícia Civil e o Ministério Público do RJ prenderam dois acusados do assassinato da companheira Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo as investigações da Operação Lume, o policial militar reformado Ronnie Lessa fez os disparos e o ex-policial Elcio Vieira de Queiroz dirigiu o carro usado no crime. De acordo com as investigações o crime foi planejado por três meses. Ambos apresentam uma trajetória marcada pelo crime, com passagem pelas policias civis e militar, envolvimento no jogo do bicho, e reconhecimento como matadores de aluguel.

A prisão ocorreu um ano após o assassinato da vereadora, veio muito tarde e é insuficiente, visto que não se sabe até agora quem são os verdadeiros responsáveis por esse crime bárbaro. A motivação de ódio ou motivo passional não são coerentes com a organização e a premeditação do crime. Exigimos saber Quem Mandou Matar Marielle? Não aceitaremos o silêncio como resposta! Mais do que nunca exigimos que as investigações apurem não apenas quem apertou o gatilho, mas quem foi o mandante do crime!

A vereadora do PSOL era ativista feminista, da causa LGBT, do movimento negro e das favelas do Rio de Janeiro. Não há dúvidas de que se trata de um crime político! As primeiras investigações da Polícia Civil apontavam o envolvimento do chamado “Escritório do Crime”, milícia comandada por Adriano Magalhães, ex-capitão do BOPE. Segundo a Polícia Civil, a mãe e esposa de Adriano foram funcionárias do gabinete de Flávio Bolsonaro, filho do presidente e Adriano tem uma relação de longa data com o motorista Fabrício Queiroz. Ronnie Lessa foi preso num condomínio de alto padrão no bairro Barra da Tijuca, tem casa em Angra dos Reis e circula em carro blindado. Até 2017, recebia pouco mais de R$ 7 mil, um salário insuficiente para manter essa vida de luxo.  O presidente Jair Bolsonaro mora no mesmo condomínio do assassino, e circularam nas redes sociais fotos juntos, confirmando forte proximidade entre ambos. Novos indícios da relação da família Bolsonaro com as milícias e crime organizado do Rio de Janeiro!

O presidente teve a cara de pau de dar entrevista coletiva falando sobre o esclarecimento do caso, depois de ter aparecido durante a última campanha eleitoral ao lado de um candidato do PSL, quebrando a placa em homenagem a Marielle.

Nesse 14 de Março seguiremos nas ruas exigindo justiça! Quem mandou matar Marielle?

O crime cometido contra a Marielle não pode ficar impune. É necessário seguir a investigação a fundo, e saber quais são os políticos que estão envolvidos com esse crime. Além disso, a família Bolsonaro tem que explicar quais são suas relações com o escritório do crime e com a milícia do Rio. Não vão nos calar prendendo “peixe pequeno”, é necessário que os mandantes sejam encontrados e presos!  A investigação tem que ser acompanhada pelos organismos de direitos humanos, como a Anistia Internacional, a OAB, os familiares da Marielle, intelectuais vinculados a luta dos direitos humanos, etc. No dia 14 de março temos que ocupar as ruas e continuar mobilizando para exigir Justiça!

O dia 22 de março deve preparar a greve geral contra a reforma da previdência

As centrais sindicais estão convocando um dia nacional de lutas e mobilizações contra a reforma da Previdência no dia 22/03. Essa data é a continuidade do calendário que incluiu os grandes atos do dia 08/03, a greve dos trabalhadores da FORD, a mobilização do 14/03. A reforma da Previdência apresentada pelo governo pretende aumentar a contribuição para 40 anos e a Idade mínima de 65 (homens) e 62 (mulheres) em um país onde a maioria da população começa a trabalhar muito cedo e em péssimas condições de trabalho. Quer reduzir para R$ 400 reais o valor de BPC (Benefício de Prestação Continuada) para pessoas de baixa renda e para pessoas com deficiência, e ainda privatizar a previdência por meio do chamado sistema de capitalização. A “nova previdência” de Bolsonaro privilegiará as instituições financeiras, por meio da privatização da previdência e do desvio de verbas das aposentadorias para pagar a dívida pública aos banqueiros.

As centrais sindicais devem efetivamente preparar esse dia através das assembleias, panfletagens e de agitações nos locais de trabalho. E mais do que nunca, usar o dia 22 como caminho para a construção da greve geral única forma de barrar a reforma da previdência.

O 8 de Março mostrou a força das mulheres!

As mulheres têm sido protagonistas das principais lutas nos últimos anos. Em todo mundo, temos nos levantado contra os ataques neoliberais, machistas e racistas dos governos. Na Argentina, Chile e Espanha tomamos as ruas em defesa de nossos direitos.

O 8 de Março mobilizou milhares de pessoas em todo Brasil, com atos chegando a dezenas de milhares em SP e no RJ, e com grande expressão em Porto Alegre, BH, Belém, Campinas e DF. Dentre as principais pautas defendidas, além da luta contra Bolsonaro e a Reforma da Previdência, também constava a luta por justiça para Marielle! As manifestações deram um recado importante para o Governo Bolsonaro: as mulheres não darão trégua ao seu governo! É necessário voltar às ruas exigindo justiça para Marielle e contra a Reforma da Previdência!

CST/PSOL

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