Transformar o 1° de maio num dia de panelaço pelo fora Bolsonaro e Mourão e pela suspensão do pagamento da dívida com os banqueiros

Esse ano o 1° de maio ocorrerá em meio a maior pandemia dos últimos 100 anos. No Brasil, a política da burguesia e dos governos de negar uma quarentena geral para todos os trabalhadores dos serviços não essenciais, tem custado milhares de vidas. A falta de EPIs e condições sanitárias adequadas aos trabalhadores da saúde, garis, transportes e outras categorias de serviços essenciais é um verdadeiro desastre. A falta de testagem massiva, leitos com ventilação mecânica e UTIs, investimento pesado na busca de uma vacina e remédios, é mais um crime cometido por Jair Bolsonaro e seu clã familiar.

Panelaço registrado em SP / Roberto Parizotti/FotosPublicas

O colapso dos hospitais e o aumento da fome e do desemprego é responsabilidade de Bolsonaro e dos capitalistas

Bolsonaro e seus amigos seguem a política assassina pelo fim de qualquer tipo de quarentena. Para aplicar isso, o presidente discursa em favor da ditadura e de um novo AI-5.

Os patrões, que seguirão das suas confortáveis casas administrando seus negócios, pressionam pelo fim da quarentena, mostrando que não se importam com a vida dos trabalhadores. Os capitalistas só pensam em lucrar e não se importam com a vida do trabalhador. O fato é que o fim da quarentena ampliaria em muito a situação crítica que já estamos. Se aplicada, essa política vai gerar milhares de cadáveres nas próximas semanas. A nossa vida está em risco e precisamos nos defender.

O governo é corrupto e tem ligação com o crime organizado

Em meio a uma conjuntura complexa inúmeros políticos e empresários pulam fora da canoa de Bolsonaro. A saída de Sérgio Moro do ministério da justiça teve a particularidade de revelar que o presidente da República quer interferir politicamente na polícia federal com o objetivo de ter acesso aos inquéritos que investigam parlamentares Bolsonaristas e os seus próprios filhos. Um dos pontos, revelados pelo The Intercept, é o inquérito do MP do Rio onde se apura as ligações econômicas do senador Flávio Bolsonaro com empreendimentos das milícias, retomando o papel do ex-assessor Queiroz. Não há outra definição: o governo é corrupto e possui ligações com o crime organizado. Agora é preciso exigir que todos os diálogos, áudios e documentos que estejam de posse de Moro sejam divulgados sem seletividade. Sabemos que o ex-ministro é um político da extrema direita com ligações com a rede Globo e o PSDB e jamais será confiável.

Os governadores e Rodrigo Maia estão afrouxando a quarentena enquanto retiram direitos trabalhistas

 Os governadores, que vinham em geral aplicando uma quarentena muito limitada e parcial, falam em flexibilizar o isolamento social. Outros como Witzel pretendem ampliar o ajuste fiscal e desejam privatizar até mesmo a UERJ. O presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia, foi e continua sendo o principal articulador dos votos para aplicar os ataques contra a classe trabalhadora. Na última semana mobilizou esforços para aprovar a PEC 10 que salva os banqueiros.

Foto: Rebeca Figueiredo Amorim/Getty Images / BBC News Brasil

1° de maio é dia de luta do trabalhador: Que as centrais realizem um primeiro de maio classista

Nesse quadro de crise política e social, as maiores centrais sindicais (CUT, Força, UGT, CTB) não vem cumprindo o papel que deveriam. Além de não chamarem nenhum panelaço. Até o momento o ato do 1° de maio está sendo chamado com o seguinte mote: “Um novo mundo é possível com solidariedade”. Com esse mote, buscam atrair setores da burguesia, como FHC, governadores e até Rodrigo Maia para o ato. Nesse chamado não falam nada sobre Bolsonaro, não defendem a quarentena, não enfrentam os governadores e não citam as brutais medidas de ajuste que tem sido aplicadas contra a nossa classe, como as reduções salariais e as demissões. Nada. Um chamado vergonhoso, enquanto os governos e patrões literalmente condenam à morte parte da nossa classe.

Uma unidade de ação ampla com tudo e com todos, sem restrição, pode até ocorrer por um ponto delimitado e numa ação determinada: bater juntos na proposta de fechamento do regime feita por Bolsonaro, por exemplo. Algo que deveria ter ocorrido na semana passada após os atos da extrema direita e infelizmente não ocorreu. Agora no primeiro de Maio o que está colocado como centralidade é pauta da classe trabalhadora, a defesa do salário, dos direitos, a necessidade de parar de pagar a dívida aos banqueiros e o fora Bolsonaro, pautas que esses políticos patronais discordam já que afeta seus próprios interesses e atenta contra a estabilidade do seu próprio regime político.

Que as centrais convoquem o Fora Bolsonaro e Mourão! Em defesa da quarentena, testes massivos e do isolamento social! Suspensão do pagamento da dívida

É preciso urgentemente mudar o chamado do 1° de maio. Nós, da Corrente Sindical Combate (CST e trabalhadores independentes) defendemos a proposta da nossa Central, a CSP-Conlutas: que o 1° de Maio convoque o Fora Bolsonaro e Mourão e chame os trabalhadores a lutar por direito de quarentena geral e salário integral. Por testagem massiva, principalmente para os e as trabalhadoras da saúde. Por EPIs e condições sanitárias adequadas nos serviços essenciais.

A construção do 1° de maio precisa se apoiar nos importantes exemplos de luta da classe trabalhadora em meio à quarentena. Estão existindo manifestações de trabalhadores da saúde em várias cidades e essa semana o HU da USP saiu em luta por condições de trabalho. O setor operário, que havia dado o exemplo na greve da montadora Cherry que reverteu 70 demissões, essa semana conseguiu estabilidade no emprego e a manutenção dos salários na Soulutech, fábrica química no Vale do Paraíba.

Nossa luta também deve ser pela suspensão do pagamento da dívida aos banqueiros, pela taxação das grandes fortunas e estatização dos bancos aplicando esses recursos num plano de reconstrução do SUS e renda básica digna aos desempregados, precarizados e informais.


#1DEMAIO O metroviário Diego Vitello, membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas e militante da Combate – Classista e Pela Base, fala sobre a importância de termos um Dia do Trabalhador de luta, com panelaço nacional pelo Fora Bolsonaro e Mourão. Assista:

Diego Vitello, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, avalia o aprofundamento da crise do governo federal e fala sobre a necessidade do 1° de maio unificado das centrais sindicais subir o tom contra o governo e chamar o Fora Bolsonaro e Mourão.

Publicado por COMBATE – Classista e pela base em Domingo, 26 de abril de 2020

 

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