Derrotar Bolsonaro agora e afirmar um PSOL das lutas e Independente! Com candidatura própria e um programa anticapitalista!

Declaração para o DN/PSOL e para a militância

A reunião do Diretório Nacional do PSOL acontece diante de uma agitada conjuntura. A bronca com o governo Bolsonaro tem se traduzido, cada vez mais, em insatisfação popular e desgaste do governo com amplos setores sociais. As últimas pesquisas demonstram a queda de popularidade de Bolsonaro, uma insatisfação muito grande da população com as medidas recessivas do governo e com sua política de morte diante da pandemia.

As manifestações de rua, por sua vez, começaram a dar vazão à ampla indignação popular contra o genocídio e as denúncias de corrupção na condução bolsonarista da pandemia. Assistimos centenas de milhares tomando as ruas em cerca de 400 cidades do país, nos dias 29 de Maio, 19 de Junho e 3 de Julho. A entrada em cena de setores dispostos à luta é um fato importante. Cabe ao nosso partido ter como o centro a intervenção política nesse processo de lutas unificadas, ajudando a impulsionar e fortalecer uma jornada nacional de luta unitária contra Bolsonaro, por vacina, salário e emprego.

 

Paralelamente, as crises social, ambiental e política avançam: o desemprego disparou, o Brasil voltou ao mapa da fome, o PL 490 ameaça expulsar indígenas dos territórios e avançar no genocídio dos povos originários, as medidas privatistas seguem sendo tocadas no Congresso Nacional, a CPI da Pandemia é instalada, acirrando a polarização. As novas revelações dos escândalos do Ministério da Saúde, que revelaram que vidas eram negociadas por apenas um dólar, são ampliadas por investigações da imprensa. A pressão sobre Bolsonaro amplia-se. A divisão na burguesia fica mais clara e há um setor que começa a definir-se pelo impeachment. As manifestações de rua, por sua vez, começaram a dar vazão à ampla indignação popular contra o genocídio e as denúncias de corrupção na condução bolsonarista da pandemia.

O Brasil soma-se, ainda que de forma distinta, aos processos de luta no continente. A maior expressão foi a luta antirracista nos Estados Unidos (Vidas Negras Importam) e as rebeliões que ocorreram no Equador, Chile, Peru, Paraguai, Haiti  e Colômbia.

 

Não esperar 2022

Por isso, não podemos aguardar as eleições de 2022! Derrotar Bolsonaro deve ser a palavra de ordem que oriente as ações do PSOL na vanguarda, nos parlamentos e no movimento de massas, agregando a agitação pela quebra das patentes das vacinas para garantir imunização em massa, e auxílio emergencial imediato para o povo.

É possível derrotar Bolsonaro, garantindo a unidade de ação com todos os que querem lutar, sem subordinar o calendário das lutas aos planos eleitorais, como querem aqueles que procuram costurar alianças com setores da velha política com Sarney, Renan, Kassab, Rodrigo Maia e Eduardo Paes. A necessidade de um plano de lutas, sustentado, que conecte a luta contra a privatização dos Correios, dos povos indígenas, da educação, que possa incorporar parcelas do povo pobre do campo e da cidade, deve ser a nossa prioridade. Assim podemos derrotar o projeto golpista de Bolsonaro.

É preciso seguir nas ruas de forma unificada contra o governo Bolsonaro/Mourão.  Nos colocando à serviço das lutas e passeatas e de impulsionar a entrada da classe trabalhadora, que deve se incorporar através de seus sindicatos, federações e confederações, realizando greves e paralisações. Nesse processo de mobilizações arrancar as principais reivindicações da classe trabalhadora e setores populares. Assim, é possível colocar a classe em movimento para ter condições de construir uma greve geral com um programa que exija “Fora, Bolsonaro”, vacina para todes, renda básica de um salário mínimo, emprego (redução da jornada de trabalho sem redução de salários – trabalhar menos para que todes trabalhem), reajuste geral de salários com reposição integral da inflação, redução e congelamento das contas de luz elétrica, água, condomínios, aluguéis, pedágios, telefone e internet. Que os ricos paguem pela crise não os trabalhadores e o povo pobre.

 

Glauber Braga, pré-candidatura a serviço das lutas e da independência do PSOL

Essa mesma estratégia deve estar conectada ao terreno eleitoral. O dado concreto é que, neste momento, não estamos diante do mesmo cenário do segundo turno de 2018, quando o partido integralmente votou uma tática para derrotar Bolsonaro. Apostamos numa candidatura para acelerar o desgaste e a derrota do projeto político bolsonarista a partir de agora. As movimentações recentes de alguns setores da oposição indicam a tentativa de reeditar uma frente eleitoral em 2022 com setores da burguesia, enquanto silenciam diante dos ataques aos direitos e ao patrimônio público, perpetrados em 2021 pelo governo federal, com apoio de figuras que se dizem seus oponentes.

É nesse contexto que reafirmamos a necessidade de apresentar uma pré-candidatura do PSOL para dialogar com a classe trabalhadora e os setores marginalizados da sociedade sobre o programa, apontando para uma unidade no campo da esquerda, sem a direita liberal e seus partidos satélites. Quem divide a unidade de esquerda nesse momento é quem procura a direita para construir seu programa para as eleições de 2022.

É impossível pensar os últimos anos da política brasileira sem pensar no PSOL e em suas candidaturas presidenciais, que foram importantíssimas para renovar o debate da esquerda no país, construir figuras públicas importantes e reorganizar setores da esquerda consequente.

O PSOL precisa defender sua identidade e seu programa nesse processo, e construir a mais ampla unidade nas ruas para derrotar o Bolsonaro no segundo turno. O companheiro Glauber Braga disponibilizou o seu nome para contribuir com estes objetivos.

Um programa anticapitalista: urgente e necessário

Não podemos retirar do processo eleitoral a única candidatura que falará abertamente por um referendo revogatório que anule todos os pacotes de maldades dos governos golpistas de Temer e de Bolsonaro; contra os processos de privatização; e que defenderá uma Caixa Econômica 100% pública. Um programa de fato feminista e antirracista. Nosso programa é também anti-imperialista. Queremos a reforma agrária e urbana, a defesa do meio ambiente e dos direitos. Queremos uma candidatura que vai atuar em consonância com o programa das mulheres, da negritude, das LGBTQIA+, superar a cultura capacitista e incorporar em seu programa uma política que defenda os direitos da população idosa. Que defenda a suspensão e auditoria das dívidas públicas(com participação popular) e taxar as grandes fortunas, com esses recursos podemos garantir investimento público em saúde, educação, geração de emprego e renda e aumento salarial. Defendemos a revogação do teto de gastos, e das reformas da previdência e trabalhista e a estatização do sistema financeiro. Apenas apoiados na mobilização social, da classe trabalhadora, da juventude e do povo pobre do campo e da cidade conseguiremos lograr esse programa.

Esse é o nosso programa: o programa de nosso Partido. O PSOL nasceu negando a conciliação de classes. Fundamos um partido para defender a independência da classe trabalhadora frente aos governos e aos patrões, lutando pela liberdade dos setores oprimidos e defendendo um programa de mobilização e enfrentamento contra o capitalismo.

Portanto, defendemos a candidatura própria do PSOL à presidência da república, com objetivo de ser a porta-voz do programa anticapitalista nesse processo e uma alternativa partidária de futuro para a classe e o povo. Para batalhar por uma verdadeira força social e política que enfrente a extrema direita e a burguesia de conjunto, é preciso colocar o partido nas lutas, batalhando por nacionalizar os calendários, superar a dispersão imposta por direções sindicais que sejam burocráticas e, nesse processo, se vinculando à nova vanguarda lutadora, disputando nosso programa de independência de classe.

Independentemente do resultado eleitoral, sabemos que o bolsonarismo seguirá existindo, no governo ou fora dele, como corrente política. Independentemente do vencedor do pleito de 2022, tentarão continuar aplicando planos neoliberais. É preciso disputar a consciência de massas para uma saída consequente de esquerda para o Brasil, que não siga um plano de entrega do patrimônio nacional e de direitos dos trabalhadores e do nosso povo. É preciso lutar contra uma saída em que os banqueiros e o agronegócio fiquem cada vez mais ricos, enquanto parte significativa de nosso povo padece de fome e miséria, morando nas ruas e à margem das condições mínimas que lhe garantam dignidade humana.

O PSOL precisa defender sua identidade e seu programa nesse processo, e construir a mais ampla unidade para derrotar o Bolsonaro no segundo turno. Para que isso se consolide, é fundamental que o partido apresente seu programa a partir de agora e no primeiro turno das eleições presidenciais, com candidatura própria, somando-se aos esforços para defenestrar Bolsonaro na disputa das ruas e das urnas.

O PSOL continua sendo muito necessário! Que possamos garantir que o partido cumpra a sua missão como ferramenta de esquerda neste cenário tão grave e duro para o Brasil.

 

Assinam:

Glauber Braga

APS- Ação Popular Socialista

Comuna

CST- Corrente Socialista das Trabalhadoras e Trabalhadores

Fortalecer o PSOL

MES- Movimento Esquerda Socialista

Movimento Esquerda Radical: Alternativa Socialista/AS; Coletivo Esperançar; Grupo de Ação Socialista/GAS; Liberdade e Revolução Popular/LRP; Luta Socialista/LS; Princípios Revolucionários da Ideologia Socialista/PRIS; PSOL pela Base; Socialismo ou Barbárie/SoB.

Nova Práxis

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