8 de Março: passado e presente de lutas! Mulheres nas ruas para derrotar Bolsonaro agora!

Laís Sathler  e Ester Cleane – Comissão de Mulheres da CST

Há mais de 100 anos, a Segunda Conferência das Mulheres Socialistas decidiu que o 8 de março deveria ser o dia internacional das mulheres trabalhadoras, para reivindicar a luta daquelas que exigiam uma jornada de trabalho de 8 horas, melhores condições de trabalho, direito ao voto, direito ao aborto, entre outras pautas. De lá pra cá, as lutas das mulheres ganharam força nas ruas e nas greves para garantir as pautas conquistadas ao longo do século.

No Brasil, estamos vivendo um governo de extrema direita e abertamente inimigo das mulheres; que deixou de investir verbas que seriam dedicadas ao combate à violência contra a mulher; que tem uma ministra que afirma: “estamos princesando as meninas”; que vota, na ONU, com países como a Arábia Saudita e outras ditaduras que são contra os direitos humanos. Eduardo Bolsonaro, por exemplo, afirmou que: “feminismo cresce por causa de homem frouxo”, evidenciando a misoginia do governo.

O 8M precisa servir para organizar as mulheres que estiveram nas ruas nas mobilizações de 2021 pelo #ForaBolsonaro e que fizeram o #EleNão; as mulheres negras, que têm os trabalhos mais precários e sofrem com a violência racista; as trabalhadoras, que estão sofrendo com a sobrecarga de trabalho, com os baixos salários; as estudantes, que querem assistência estudantil para continuar estudando; as desempregadas; as mães, que enfrentam a enorme dificuldade para sustentar seus filhos por conta da crise econômica. Devemos voltar a ocupar as ruas de forma massiva contra esse governo, responsável por tanta miséria e morte.

 

Existe, hoje, um forte anseio por derrotar Bolsonaro. No entanto, muitas dirigentes feministas apostam que o melhor caminho para isso é esperar as eleições burguesas. Essas mulheres e organizações apostam que uma chapa composta por Lula e algum representante “puro sangue” da burguesia, como Alckmin, seria a única forma de colocar para fora Bolsonaro, Damares e sua tropa. Nós, da CST, acreditamos que apostar nas eleições e numa chapa encabeçada por Lula não é uma saída verdadeira. Acreditamos que nossas conquistas só podem se dar com muita luta e pressão nas ruas.

 

Pensamos isso porque, para que as mulheres tenham empregos com direitos, salários dignos, acesso à educação sexual e aos métodos contraceptivos, direito ao aborto, proteção real contra o feminicídio, transfeminicídio e as violências machistas e acesso à saúde pública de qualidade, é preciso que se invista muito dinheiro nas nossas vidas, nos serviços públicos, nos reajustes salariais. Para que isso aconteça, é preciso enfrentar os interesses dos super ricos e dos banqueiros, parar de pagar a dívida pública, taxar as grandes fortunas, etc. E nós não achamos que nenhum governo que governe com a burguesia, os megaempresários e que retire direitos dos trabalhadores, como faz o PT nos estados e municípios em que governa, seja capaz de garantir uma vida realmente digna para as mulheres cis e trans. Não acreditamos que esse seja o projeto de Lula e Alckmin: nossas vitórias feministas virão das ruas, das greves, e não das mãos de governos conciliadores! Apostamos que nossa principal tarefa hoje é colocar as mulheres nas ruas contra Bolsonaro!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *