São Paulo | Voto crítico em Haddad 13 para derrotar o bolsonarista Tarcísio

Por Diego Vitello, publicado originalmente no Jornal Combate Socialista nº160.

O resultado da eleição de São Paulo mostrou que a extrema direita está longe de ser derrotada. O bolsonarismo elegeu para o Senado o reacionário astronauta Marcos Pontes, enquanto o candidato do presidente para o governo estadual, Tarcísio, que nunca viveu em São Paulo, terminou o primeiro turno na primeira colocação. O bolsonarista fez 42,32% dos votos válidos, enquanto o petista Fernando Haddad fez 35,70%. O segundo turno será disputado por esses candidatos.

Nós, da CST, defendemos no primeiro turno a candidatura do metroviário Altino, que apresentou junto ao Polo Socialista e Revolucionário um programa de defesa da independência política da classe trabalhadora. Defendemos, junto com nossa candidatura a deputado estadual do companheiro Diego Vitello, trabalhador do Metrô, a reestatização das empresas privatizadas, o fim das terceirizações, a efetivação imediata dos professores e professoras da “categoria O” e o fim da farra dos incentivos fiscais dados aos grandes empresários. Os votos de um setor da classe trabalhadora e da juventude foram para a frente ampla em nível estadual, gerando a eleição de Boulos (com um milhão de votos, o deputado federal mais votado), a trans Erika Hilton, a indígena Sônia Guajajara, Sâmia Bomfim, Suplicy e uma bancada estadual do PT. Nesse contexto, os votos para a esquerda revolucionária foram bem mais restritos. Por outro lado, reflete um setor que discorda do projeto da extrema direita.

Neste segundo turno queremos usar a ferramenta do voto para impor uma derrota eleitoral contra a extrema direita bolsonarista, representada por Tarcísio. Esse senhor, aliado do genocida instalado no Palácio do Planalto, representa o projeto de ataque às liberdades democráticas da extrema direita. Defende abertamente a privatização de todas as estatais e é parte daqueles que tentaram demonizar a categoria dos educadores, os atacando como “doutrinadores” e “inimigos do país”. Ou seja, representa um projeto totalmente antioperário, que quer repetir em São Paulo o desastre brutal que o governo Bolsonaro representou para o Brasil. Sabemos que a luta contra a extrema direita será de longo prazo e será definida nas ruas e nas greves, porém, o passo imediato que temos que dar é batalhar para derrotá-los neste segundo turno.

Defendemos votar em Haddad com o intuito fundamental de derrotar a extrema direita e seguir nos organizando em defesa dos direitos da classe trabalhadora. O petista, com suas alianças e com o ex-governador Alckmin como cabo eleitoral, não representa um programa que nossa classe de fato precisa por sua política de colaboração de classes com os patrões. Sua campanha no primeiro turno errou e nos desarmou ao não defender as bandeiras pelas quais nossa classe lutou nos últimos anos (reajuste dos salários, reestatizações, fim das terceirizações, taxação de bilionários). Porém, identificamos Tarcísio e o bolsonarismo como o “mal maior” a ser derrotado neste segundo turno. O fortalecimento da extrema direita e seu projeto de liquidação das liberdades democráticas para a classe trabalhadora é um perigo no médio prazo para o país. Derrotá-los no segundo turno nos colocará em melhores condições para enfrentar o próximo governo, defendendo sempre, de forma intransigente, os direitos da classe trabalhadora.

Nós, da CST, estaremos nas próximas semanas colocando nossas forças para ir para a rua chamando a votar no 13 e explicando à população os perigos do projeto de Tarcísio e Bolsonaro. Para isso, temos que colocar no centro de nossa campanha a defesa das pautas da classe trabalhadora.

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